O corpo da escritora Sophia de Mello Breyner Andresen, falecida há dez anos, é traslado esta quarta-feira do cemitério de Carnide para o Panteão Nacional, em Lisboa, numa cerimónia que se inicia às 16h30 e deverá terminar pelas 20h30.
A Assembleia da República, em fevereiro, decidiu por unanimidade dar honras de Panteão Nacional à autora de “A menina do mar”, como forma de homenagear “a escritora universal, a mulher digna, a cidadã corajosa, a portuguesa insigne“, e de evocar o seu exemplo de “fidelidade aos valores da liberdade e da justiça”, como se lê no texto parlamentar.
A urna com os restos mortais de Sophia de Mello Breyner Andresen sai, pelas 16h30, do Cemitério de Carnide, seguindo o cortejo fúnebre para a Capela do Rato, onde, pelas 17h15, é rezada uma missa pelo patriarca Manuel Clemente e pelo padre Tolentino de Mendonça, com a presença da família.
O cortejo, escoltado pela GNR, sai da capela em direção ao Panteão Nacional, passando pela Assembleia da República. O armão militar que transporta a urna contendo os restos mortais da poetisa está previsto chegar pelas 19h ao adro do Panteão Nacional, onde dará entrada pelo lado nascente, do campo de Santa Clara.
Honras de Panteão Nacional
À cerimónia, no Panteão, assistem a família, o Presidente da República, a presidente da Assembleia da República, o Primeiro-ministro e outras altas individualidades do Estado.
Escutado o Hino Nacional pelo Coro do Teatro Nacional de S. Carlos, José Manuel dos Santos, membro da Academia Nacional de Belas Artes, fará a evocação da poetisa, seguindo-se uma atuação da Companhia Nacional de Bailado, que voltará a ter outra, entre o discurso da presidente da Assembleia da República e o do Chefe de Estado, ao qual se seguirá a difusão de uma gravação, de 1957, de uma leitura de poemas por Sophia de Mello Breyner Andresen.
Pelas 20h, Aníbal Cavaco Silva, Assunção Esteves e Pedro Passos Coelho assinam o Termo de Sepultura no Panteão Nacional, será ouvido o “Magnificat” de Bach, pelo Coro do Teatro Nacional de São Carlos, que interpretará em seguida o Hino Nacional.
Os militares da GNR transportarão então a urna para o interior do Panteão até à sala onde se encontra a arca tumular, onde ficará depositada, e escutar-se-á o toque de clarim pela GNR, assinalando o final da cerimónia.
A arca tumular de Sophia de Mello Breyner Andresen ficará na sala onde se encontram as do general Humberto Delgado e do escritor Aquilino Ribeiro.
Numa outra sala estão as arcas tumulares de Amália Rodrigues, de João de Almeida Garrett, Abílio Guerra Junqueiro e João de Deus e, numa outra, as dos presidentes da República Manuel de Arriaga, Teófilo Braga, Sidónio Pais e Óscar Carmona.
/Lusa
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