A proposta do Ministério Público (MP) para que o pirata informático não continuasse a ser investigado dependia da autorização do “super-juiz”, avança o Correio da Manhã.
De acordo com o Correio da Manhã, o juiz Carlos Alexandre foi um dos muitos alvos de Rui Pinto. O pirata informático, libertado na semana passada, entrou no email do magistrado e acedeu a alguns processos.
Porém, de acordo com o jornal, o juiz disse que não tinha nada a esconder e, por isso, não quis avançar com um procedimento criminal. Este facto, ocorrido meses antes dos processos chegarem ao Tribunal Central, onde foi proposta a suspensão por dois anos, fez com que o juiz já não fosse ‘parte’.
Assim, acrescenta o CM, pôde autorizar a suspensão, proposta pelo Ministério Público, e permitir o acordo inédito na Justiça portuguesa. O arguido, que desde 8 de abril se encontrava em prisão domiciliária e proibido de aceder à Internet, ficará numa casa-abrigo do programa de proteção de testemunhas.
No último domingo, o mesmo diário também avançou que a Polícia Judiciária iria recrutar o pirata informático para ser investigador do Estado, colaborando nos grandes casos de corrupção e “disponibilizando as suas perícias informáticas”. Uma informação que, depois, foi negada por esta polícia.
O hacker, criador do Football Leaks, vai ser julgado, em setembro, por 90 crimes: um de tentativa de extorsão, seis de acesso ilegítimo, 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência e um de sabotagem informática.
No início de junho, o Tribunal da Relação de Lisboa (TRL) negou provimento ao recurso do Ministério Público e manteve a decisão instrutória, proferida a 17 de janeiro, que pronunciou o pirata informático por 90 crimes e não pelos 147 que constavam da acusação do MP.