Ativistas dos direitos das mulheres protestaram, em França e no estrangeiro, contra a nomeação do novo ministro do Interior, acusado de violação, e do ministro da Justiça, que ridicularizou o movimento #MeToo.
Ativistas dos direitos das mulheres manifestaram-se, na sexta-feira, em várias cidades francesas, contra a nomeação de Gerald Darmanin para o Ministério do Interior. O novo ministro é acusado de violação.
O Tribunal de Apelação de Paris pediu a reabertura da investigação que acusa Darmanin de ter violado e assediado sexualmente uma mulher em 2009. Sophie Patterson denunciou o abuso em 2017 e o caso foi julgado no início de 2018, mas foi encerrado depois de os procuradores afirmarem que não podiam estabelecer “ausência de consentimento”.
O caso vai voltar às mãos de um juiz de instrução, que irá decidir se deve ser reaberta uma investigação formal. Patterson alega que Darmanin abusou da sua então posição como membro do comité judicial em 2009 para forçá-la a fazer sexo com ele. Darmanin diz que as relações sexuais foram consensuais e os seus advogados alegaram difamação.
Na sexta-feira, vários manifestantes ergueram cartazes exigindo a demissão de Darmanin e denunciando “a cultura de violação“, revela o Raw Story.
O grupo feminista Nous Toutes (Todas Nós) anunciou manifestações em Paris e outras cidades francesas, assim como junto a embaixadas e consulados franceses em Londres, Sydney, Montreal, Berlim, Bruxelas, Barcelona e Telavive.
Cerca de 300 manifestantes protestaram em Toulouse, no sul de França, com cartazes onde se lia “Bem-vindo ao ministério da violação”, “Um violador no Interior, um cúmplice na Justiça” ou “Violadores na prisão, não no governo”. Os ativistas também se insurgiram contra o novo ministro da Justiça, que ridicularizou o movimento #MeToo.
Eric Dupond-Moretti, advogado, defendeu um membro do executivo acusado de violação e agressão sexual, ridicularizando as mulheres que denunciaram agressões sexuais no âmbito do movimento #MeToo. Agora, foi nomeado para o Ministério da Justiça de Macron.
O Governo francês assegurou que mantém o compromisso com a igualdade de género e defendeu os novos ministros, frisando a presunção de inocência.
A multidão exigiu a demissão de Darmanin e mostrou descontentamento por Emmanuel Macron, que prometeu fazer da luta contra a violência sexual uma grande causa do seu mandato.
ZAP // Lusa