A reabertura de parques infantis não é “nem de perto nem de longe” recomendada pela Direção-Geral de Saúde (DGS), disse a diretora-geral que explicou que as crianças devem brincar no modelo de “bolhas familiares”.
“Pela sua natureza estes parques são habitualmente não vigiados, são públicos e de utilização pública, têm equipamentos, mas não têm um concessionário responsável que permita a desinfeção regular e a limpeza”, disse Graça Freitas esta sexta-feira.
E continuou em conferência de imprensa: “E também por serem crianças, muitas vezes não se consegue manter a distância social. Não consideramos prioritário, nem de longe, nem de perto, a abertura de parques infantis porque têm todo o ar livre para brincar”.
A diretora-geral da Saúde considerou que estes não são equipamentos de “abertura prioritária porque encerram riscos” e voltou a sublinhar a ideia de que as crianças devem ter os seus momentos de lazer no modelo de “bolha familiar”, ou seja, por agregados.
“Aconselhamos que as brincadeiras ocorram ao ar livre com bolhas familiares, ou seja, crianças do mesmo agregado familiar, sem cruzamento de risco com crianças de outros agregados familiares. Isto também se aplica às festas de família e jantares e almoços. Vimos de casas diferentes, com riscos diferentes e realidades diferentes”, disse na conferência de imprensa trissemanal de ponto de situação sobre a covid-19 em Portugal.
Já questionada sobre a reabertura de pavilhões, nomeadamente para a prática de desportos de várias modalidades, Graças Freitas remeteu conclusões para depois de uma reunião que junta hoje especialistas, federações e o Instituto Português do Desporto e da Juventude. “Vamos esperar para ver se há conclusões que permitam ver se há condições para que essas atividades retomem”, disse.
Numa sessão na qual a ministra da Saúde, Marta Temido, deu dados sobre novos surtos do novo coronavírus, apontando-os por região, com incidência para Lisboa e Vale do Tejo, a governante foi questionada sobre o facto de outras regiões do mundo, nomeadamente a Catalunha, em Espanha, estar a obrigar ao uso de máscara na rua.
“Tivemos muitos momentos de discussão sobre o tema das máscaras enquanto método barreira, mas não barreira definitiva, mas barreira complementar. Todos nós nos habituamos a utilizar a máscara nos momentos em que temos de o fazer. Há um conjunto de espaços onde em Portugal é obrigatório o uso de máscara e a não utilização faz incorrer os incumpridores numa coima e a impossibilidade de entrar em determinados espaços – comerciais e serviços – sem estar sem a máscara”, disse Marta Temido.
A governante referiu, ainda, que “neste momento” não é sentida a necessidade de adoção de outras medidas, embora, sublinhou, “obviamente [em causa estejam] temas com grande evolução e estão em aberto”.
Portugal contabiliza pelo menos 1.646 mortos associados à covid-19 em 45.679 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).
ZAP // Lusa