A pintura de um colecionador de Valência, em Espanha, sofreu um restauro que deixou o rosto da Virgem completamente desfigurado.
Não é a primeira vez que Espanha testemunha restauros de obras de arte religiosas que acabam por ‘dar para o torto’. O caso mais famoso aconteceu, em 2012, com o “Ecce Homo”, pintura do século XIX que foi “melhorado” por Cecilia Giménez, uma octogenária de Borja.
Agora, de acordo com a agência Europa Press, o caso mais recente aconteceu com um colecionador de Valência, que solicitou a um restaurador de móveis e de outras peças para fazer a limpeza de uma cópia da “Imaculada do Escorial”, do artista barroco Bartolomé Murillo.
O resultado final, pelo qual pagou 1200 euros, foi uma enorme surpresa, mas pelo lado negativo, uma vez que o rosto da Virgem ficou completamente desfigurado. Ao pedir explicações ao restaurador, este tentou resolver o problema, mas o resultado do trabalho foi uma imagem que nada tem a ver com o original.
Agora, o colecionador entrou em contacto com um especialista, este com experiência certificada para este tipo de trabalho, que tentará reabilitá-lo, explicou o dono da obra à agência espanhola.
A coordenadora da Associação Profissional de Restauradores Conservadores de Espanha (ACRE), María Borja, explica que estes episódios são, “infelizmente, muito mais frequentes do que se pensa”.
“Só conhecemos os casos que a sociedade denuncia através da imprensa ou das redes sociais, mas há muitas situações em que os trabalhos são intervencionados por pessoas que não têm formação. As obras passam por esse tipo de intervenção não profissional, podendo provocar uma mudança irreversível”, lamenta.