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“Resposta à crise da pandemia tem que responder também à crise climática”, diz BE

*Bloco / Flickr

O Bloco de Esquerda (BE) defendeu esta sexta-feira que a resposta à crise pandémica também tem de ter soluções para a crise climática, considerando que a alternativa passa por criar emprego que responda às necessidades sociais, com um “modelo mais robusto”.

No Dia Mundial do Ambiente, decorreu na manhã desta sexta-feira no parlamento um debate de urgência sobre “Justiça climática e saída para as crises”, que contou com a presença do ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, segundo avançou a agência Lusa.

“Há quem diga que este não é o momento para ter preocupações ambientais. Engana-se: estará a construir novamente um castelo de cartas à espera do vendaval da próxima crise”, avisou o deputado do BE Nelson Peralta. Na perspetiva dos bloquistas, “a resposta à crise provocada pela pandemia tem que responder também à crise climática”.

“A alternativa é criar emprego que responda às necessidades sociais e à crise climática. Um modelo mais robusto que garante que o emprego não é destruído na próxima crise cíclica. Emprego para sair da crise, para garantir direitos sociais e para salvar o planeta”, disse.

Segundo Nelson Peralta, “o mercado criou o problema e não o resolverá”, sendo por isso urgente “mudar o sistema para não mudar o clima”.

O BE recusa jogar “no campeonato das soluções falsas” uma vez que “dizer que o problema é apenas de comportamento individual é tentar apagar a dimensão sistémica da crise climática”. “O caminho para a neutralidade carbónica não é socialmente neutro e nós escolhemos uma sociedade mais solidária e igualitária”, assinalou.

Nelson Peralta apontou “as lições da crise financeira de 2008”, ou seja, que “a austeridade aprofundou a própria crise, as desigualdades e a pobreza”.

“A crise covid-19 levou a uma redução drástica de emissões, mas a solução não são intervalos na poluição, precisamos de mudanças estruturais”, defendeu. Assim, para os bloquistas, num “momento em que o relançamento económico será feito com fundos públicos”, não se pode “repetir os erros do passado”.

“Precisamos de uma transição ecológica e energética que crie emprego para as necessidades da sociedade e do planeta: nas energias renováveis, na habitação, nos serviços públicos, na segurança alimentar, na proteção da biodiversidade”, concluiu.

// Lusa

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