Mais sono, menos droga. O que os esgotos de Lisboa dizem sobre o confinamento

quinnanya / Flickr

Os esgotos revelam que, durante o confinamento, os lisboetas dormiram até mais tarde, consumiram menos drogas, mas tomaram também mais medicamentos.

Os esgotos das nossas cidades dizem muito sobre as nossas rotinas e, por isso, segundo o semanário Expresso, foi a eles que recorreu a empresa Águas do Tejo Atlântico, que abrange 23 concelhos e um total de 2,4 milhões de pessoas, para perceber o nosso dia-a-dia durante o confinamento.

De acordo com o jornal, foi possível perceber que os lisboetas andaram a acordar duas horas mais tarde do que era habitual e que agora, com o início do desconfinamento, “a tendência é retornar ao ‘antigamente'”, com a hora de acordar a aproximar-se das 7h30 (ainda assim, mais meia hora de sono).

As variações nos caudais do sistema de tratamento de esgotos desta empresa multimunicipal também permitiram verificar que as pessoas têm ido mais cedo para a cama, pelas 23h30.

Com sede em Lisboa, o Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência também usa as amostras recolhidas pelas ETAR para perceber o consumo de drogas. O último relatório desta entidade, divulgado em março, mostra que houve uma redução no consumo de substâncias ilícitas como a cocaína, o ecstasy ou as anfetaminas na capital.

Por sua vez, no campo das drogas lícitas, o jornal acrescenta que as análises permitiram perceber que os antidiabéticos são os mais presentes nas águas residuais das ETAR de Lisboa, seguidos dos analgésicos e dos antipiréticos (paracetamol e ibuprofeno).

Ao Expresso, Eugénia Cardoso, coordenadora do laboratório da Águas do Tejo Atlântico, afirma que “as águas residuais são um espelho de tudo o que consumimos e de como nos comportamos”.

ZAP //

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