As autoridades croatas estão a ser acusadas de pintar cruzes com tinta spray cor de laranja nas cabeças dos migrantes e refugiados requerentes de asilo, que tentam entrar no país vindos da Bósnia, através da chamada rota dos Balcãs.
Segundo avançou na quarta-feira o Observador, citando o Guardian, os requerentes – a maioria muçulmanos -, esperam chegar aos países mais ricos da União Europeia.
A situação foi denunciada pela Organização Não Governamental (ONG) Centro de Estudos para Paz, da Croácia, que acusou as autoridades de recorrerem a “práticas humilhantes” na expulsão desses requerentes e de os receberem com violência na fronteira, assaltando-os ou levando-lhes as roupas.
O centro divulgou fotografias de migrantes, expulsos da Croácia a 06 de maio, com uma cruz pintada na cabeça com tinta cor de laranja, já no campo de refugiados de Poljana, na Bósnia. O Guardian revelou ainda que a Organização das Nações Unidas (ONU) já pediu ao governo croata para que sejam investigadas as acusações de abuso.
“É óbvio que um dos efeitos pretendidos com este comportamento é de humilhar os refugiados e migrantes que tentam atravessar a fronteira”, disse Jack Sapoch da No Name Kitchen, uma ONG que atua em Velika Kladusa, na Bósnia, a dois quilómetros da fronteira da Croácia. “Estas devoluções são ilegais e o contágio de covid-19 não é uma desculpa para confrontar pessoas vulneráveis com maior violência. É inaceitável”, frisou.
A croata informou que ainda não respondeu às acusações. Voluntários, médicos e funcionários da ONU reportam a violência policial na fronteira entre Bósnia e Croácia. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) referiu estar “profundamente preocupado” com a violência da polícia croata. Entre setembro de 2019 e janeiro de 2020, o ACNUR reportou às autoridades 100 casos.
No último ano, foram vários os relatos de violência por parte das autoridades croatas contra migrantes. Em junho de 2019, a Presidente da Croácia, Kolinda Grabar-Kitarović, admitiu que a polícia recorreu à violência para impedir a entrada de migrantes no país.
Em entrevista a uma televisão suíça, citada pelo Guardian, a chefe de Estado revelou que conversou com o ministro croata do interior sobre esses casos de violência. A Presidente croata garantiu que não houve um uso excessivo da força, admitindo, no entanto, que é necessário um “pouco de força quando se devolvem migrantes”.
Não é a China, nem os EUA, nem a Rússia que poderiam destruir a UE mas sim estes países da Europa de Leste com as suas atitudes agressivas e mentalidades tacanhas. Parece que nunca saíram do nazismo e do comunismo.