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No meio das ruínas, um grupo de sírios juntou-se para celebrar o Ramadão

Zouhir Al Shimale / EPA

Bombardeamento em Aleppo, Síria

Entre os escombros e as ruínas de uma cidade destruída pela guerra, uma comunidade juntou-se em Atareb, no noroeste da Síria, para celebrar o Ramadão, na passada quinta-feira.

De acordo com a agência Reuters, dezenas de homens e crianças sentaram-se numa longa fila de cobertores pousados no chão para o iftar, o nome dado à refeição que se faz durante a noite com a qual se quebra o jejum diário durante o mês do Ramadão.

Muitos regressaram a Atareb desde o cessar-fogo, em março, que interrompeu a mais recente ofensiva do Governo sírio contra o território controlado pelos rebeldes.

“Esta é a primeira vez que nos encontramos desde a enorme destruição que aconteceu neste distrito. Voltámos recentemente às nossas casas. Mesmo que estejam destruídas, ou parcialmente destruídas, são melhores do que os campos de refugiados e as multidões”, disse Mohamad Jabar à agência, que participou no iftar com os seus filhos.

O medo de que o novo coronavírus se espalhe pelos campos de refugiados na fronteira turca também foi um dos motivos que incentivou alguns destes sírios a voltar para casa. Para já, não há nenhum caso confirmado no noroeste do país. Porém, convém destacar que ainda só foram feitos algumas centenas de testes, numa população com cerca de quatro milhões de pessoas.

À Reuters, Abdel Malak al-Sheikh, membro da instituição de caridade que organizou a refeição, contou que o local foi limpo e higienizado pelos trabalhadores da Civil Defence, organização não governamental também conhecida como “Capacetes Brancos”.

Os organizadores da iniciativa incentivaram os participantes do jantar a estarem separados para respeitar as regras de distanciamento social, mas a grande maioria acabou por se sentar junta enquanto desfrutava da refeição.

“No meio da destruição, estamos a tentar passar uma mensagem ao mundo inteiro de que somos inabaláveis. Da destruição que Bashar al-Assad causou, a vida e a esperança vão acabar por surgir”, disse ainda al-Sheikh.

ZAP //

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