Pandemia leva Irão a sugerir trocas incondicionais de prisioneiros com os EUA

Com receio de que o coronavírus coloque em causa a vida dos reclusos, o Irão disse estar preparado para negociar trocas incondicionais de prisioneiros com os Estados Unidos (EUA), informaram os media iranianos no domingo.

Segundo avançou a Time, o site de notícias iraniano Khabaronline.ir citou o porta-voz do gabinete Ali Rabiei, que afirmou haver “prontidão para [que a transferência de] todos os prisioneiros” seja discutida sem condições.

“Mas, até agora, os EUA recusaram-se a responder”, disse Rabiei. “Esperamos que, como o surto da doença covid-19 que ameaça a vida dos cidadãos iranianos nas prisões dos EUA, o governo dos EUA eventualmente prefira vidas à política”, sublinhou.

Uma autoridade dos EUA, não autorizada a discutir o assunto publicamente e que falou sob anonimato, disse: “Não houve oferta nem oferta de conversas diretas”.

De acordo com Rabiei, o Irão considera o governo dos EUA responsável pela saúde dos prisioneiros iranianos. Embora o responsável não tenha detalhado a situação, os media iranianos apontaram, nos últimos meses, para vários iranianos sob custódia dos EUA, incluindo Sirous Asgari, um professor universitário de 60 anos. As autoridades dos EUA tentam deportar Sirous Asgari desde o ano passado, indicou a Time.

Na semana passada, as autoridades norte-americanas disseram que estavam a progredir nos esforços para garantir a libertação de um veterano da Marinha, detido no Irão.

Ken Cuccinelli, vice-secretário de Segurança Interna, disse quarta-feira que os casos de Michael White, norte-americano detido no Irão, e Sirous Asgari nunca foram conetados, criticando os comentários recentes das autoridades iranianas sobre uma possível ligação entre os dois, apontando ainda que o Irão demorou a aceitar o retorno do professor.

Michael White, de Imperial Beach, Califórnia, foi detido em julho de 2018 enquanto visitava a namorada no Irão, tendo sido condenado por insultar o líder supremo do Irão e por publicar informações confidenciais ‘online’.

Foi libertado em março, devido a uma licença médica que exigia que permanecesse no país. Michael White faz parte das dezenas de milhares de prisioneiros aos quais foram concedidas licença médica no Irão, um dos primeiros países a ser fortemente atingido pelo pela propagação do coronavírus.

Autoridades do governo Trump disseram repetidamente que consideram a libertação de reféns e detidos norte-americanos uma prioridade. Em dezembro, o Irão libertou um estudante da Universidade de Princeton, preso durante três anos sob acusações de espionagem, em troca da libertação de um cientista iraniano.

Em março, a família do ex-agente do FBI Robert Levinson, que desapareceu no Irão há 13 anos, disse ter sido informada pelas autoridades norte-americanas que este estava provavelmente morto, não esclarecendo como chegaram a essa conclusão.

ZAP //

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