O Governo italiano vai atribuir licenças de trabalho a cerca de 650 mil migrantes ilegais que se encontram no país e que têm sido fundamentais para dar assistência aos idosos e para garantir o fornecimento de bens alimentares.
Segundo avançou na quinta-feira o Expresso, atribuir essas licenças a africanos, indianos e paquistaneses, entre outros, foi a solução encontrada pelo Governo para fazer face à interrupção do habitual fluxo sazonal de cidadãos do leste da Europa para trabalhar nas colheitas. A ideia é a de atribuir licenças de trabalho de seis meses e renováveis.
Outros cerca de 100 mil migrantes dão normalmente assistência a pessoas em suas casas mas que, atualmente, por terem perdido os empregos durante o confinamento estrito imposto no país, se encontram ilegais.
O plano do Governo é contestado por políticos de extrema-direita e a associação dos agricultores italianos afirmou preferir o esquema adotado pelo Reino Unido e por outros países europeus, de organizar transporte aéreo para ir buscar os trabalhadores sazonais ao leste da Europa.
A ministra da Agricultura, Teresa Bellanova, foi a responsável por apresentar a proposta. A própria, aos 14 anos, deixou a escola para ir trabalhar no campo, tornando-se sindicalista ainda na adolescência. A mesma ameaçou demitir-se caso a proposta seja recusada.
“A comida nas nossas mesas vem desses campos. Agora temos de conceder esses direitos que têm sido negados a quem trabalha neles”, disse ao Times o ministro para o sul de Itália, Peppe Provenzano.
O movimento Cinco Estrelas, coligação governamental, defendeu que se deve dar aos desempregados italianos a oportunidade de ir trabalhar nas colheitas, mas o especialista em migrações Matteo Villa referiu ao Times: “Os italianos preferem continuar desempregados a ir apanhar laranjas”.
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