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Bruxelas prevê recessão de 6,8% em Portugal (e contração recorde na economia europeia)

Stephanie Lecocq / EPA

A Comissão Europeia prevê para Portugal, em 2020, uma recessão de 6,8% e que a taxa de desemprego suba para os 9,7% devido ao impacto da pandemia de covid-19, foi esta quarta-feira divulgado.

Estas previsões são mais otimistas do que as do Fundo Monetário Internacional (FMI), que previu uma quebra económica de 8,0% e desemprego de 13,9% em 2020.

Para 2021, a Comissão Europeia estima uma recuperação da economia portuguesa de 5,8%, bem como uma diminuição da taxa de desemprego dos 9,7% para os 7,4%.

Bruxelas previu também esta quarta-feira que o défice das contas públicas em Portugal atinja os 6,5% do PIB em 2020, com a dívida pública a atingir os 131,6% do PIB, devido ao impacto da pandemia de covid-19.

Também estas previsões são mais otimistas do que as do FMI, que em 15 de abril previu que em 2020 o défice das contas públicas portuguesas atingisse os 7,1% do Produto Interno Bruto (PIB), e que a dívida chegasse aos 135% do PIB.

Para 2021, a Comissão Europeia prevê uma diminuição do défice orçamental nacional para os 1,8% do PIB, bem como uma descida da dívida pública para os 124,4% do PIB.

Contração europeia histórica

A Comissão Europeia estima que a economia da zona euro conheça este ano uma contração recorde de 7,7% do PIB, como resultado da pandemia da covid-19, recuperando apenas parcialmente em 2021, com um crescimento de 6,3%.

Tal como frisa o jornal Público, trata-se de uma quebra de proporções históricas.

Como já era expectável, nestas Previsões Económicas da Primavera esta quarta-feira divulgadas, as primeiras a terem em conta o impacto da crise provocada pela pandemia, o executivo comunitário reviu em profunda baixa as anteriores projeções de crescimento, em cerca de nove pontos percentuais, apontando que, “apesar da resposta rápida e abrangente, tanto a nível da União Europeia como nacional, a economia europeia vai experimentar uma recessão de proporções históricas este ano”.

No anterior exercício de previsões macroeconómicas, em fevereiro passado – quando o novo coronavírus ainda parecia confinado à China -, Bruxelas antecipava que a zona euro crescesse 1,2% do PIB tanto no ano em curso como no próximo.

Três meses depois, a Comissão estima uma contração no espaço da moeda única que fica muito acima do daquela verificada no auge da anterior crise financeira – quando a zona euro contraiu 4,5% em 2009 -, e até da recente previsão do Fundo Monetário Internacional (7,5%), e alerta que “os riscos em torno desta previsão são também excecionalmente grandes e concentrados no lado negativo”.

Como consequência do confinamento provocado pela pandemia da covid-19, que levou à paralisação de boa parte da economia europeia, Bruxelas estima também que a taxa de desemprego suba este ano para os 9,6% (face aos 7,5% registados em 2019), e recue apenas parcialmente para os 8,6% em 2021.

Como resultado das medidas orçamentais robustas adotadas pelos Estados-membros para apoiar a economia na atual crise, o executivo comunitário prevê, por outro lado, que o défice público na zona euro aumente de 0,6% do PIB em 2019 para 8,5% em 2020 (recuando para 3,5% em 2021), e que a dívida pública cresça dos 86% verificados em 2019 para 102,7% este ano, antes de abrandar para os 98,8% no próximo.

ZAP // Lusa

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