“As personalidades do Presidente da República e do primeiro-ministro combinaram harmoniosamente”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.
Em entrevista ao Jornal de Notícias, Augusto Santos Silva elogiou o papel “exemplar” de Rui Rio enquanto líder da oposição, mas defendeu que o Partido Socialista conta fazer valer a maioria parlamentar de esquerda para aprovar os próximos Orçamentos do Estado.
“A nossa opção é por um diálogo preferencial à esquerda e há uma maioria de esquerda que funciona bem desde 2015. Não vejo porque não há de funcionar bem agora”, sublinhou o ministro dos Negócios Estrangeiros.
O último Orçamento do Estado foi aprovado com a abstenção da esquerda, mas Santos Silva admite que gostaria de ver o Orçamento suplementar em “condições mais favoráveis”, o que implica os votos favoráveis da esquerda e/ou do PSD. No entanto, isso não muda nada.
“Nós temos uma maioria parlamentar, que se forma à esquerda e com o PAN, e há uma oposição, liderada pelo PSD e por Rui Rio, que tem sido exemplar no exercício de uma oposição leal, consonante no que implica a unidade nacional. Não há razão para pensar que as coisas vão alterar-se.”
Sobre o Presidente da República, o governante salientou a boa relação que Marcelo Rebelo de Sousa mantém com o primeiro-ministro, António Costa.
“O PS deve ter uma consciência bem clara de duas coisas. Em primeiro lugar, da importância e da urgência total do esforço de governação neste momento. O PS deve fazer uma avaliação do atual ciclo político e da convivência institucional entre o Governo e o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa. Essa avaliação é, consensualmente, de que as coisas correram otimamente bem“, afirmou.
“As personalidades do Presidente da República e do primeiro-ministro combinaram harmoniosamente, projetando ambas uma força ao país que o país reconhece. O PS há de tomar uma posição sobre as presidenciais a seu tempo. Quando tomar essa posição, julgo que terá consciência destas duas coisas”, acrescentou o ministro.