O Ministério Público (MP) venezuelano anunciou hoje a emissão de uma ordem de detenção contra o ex-embaixador venezuelano Diego Árria e os opositores Pedro Burelli e Ricardo Koesling por alegada conspiração para assassinar o presidente Nicolás Maduro.
O anúncio foi feito pela Procuradora-Geral da República, Luísa Estela Morales, que disse ao canal estatal Venezuelana de Televisão (VTV) que o MP convocou várias pessoas para prestarem declarações no âmbito de um alegado plano de magnicídio denunciado recentemente pelo Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), no poder.
“A primeira pessoa que foi citada, Pedro Burelli, não compareceu perante o MP e temos a certeza de que outros dois deles também não vão comparecer. Ordenámos a detenção destes cidadãos, sabemos que não estão no país e por isso vamos solicitar à Interpol que sejam capturados”, disse.
Segundo Luísa Estela Morales, “surgiram alguns elementos de investigação que levaram o Executivo a fazer uma importante denúncia” que passam pela existência de “planos políticos violentos, de parte de grupos desestabilizadores, de parte de grupos que estão atuando à margem da lei, para atentar contra a vida do Presidente da República, contra a vida de altos funcionários, criar um clima de caos e desestabilização no país”.
“Intensificámos a investigação e decidimos adotar um conjunto de medidas para por um travão a tudo isto. Não podemos esperar que ocorram os fatos”, frisou.
Segundo a Procuradora, os três são acusados de alegada “traição à pátria, instigação para cometer delito, instigação pública e conspiração contra um Governo legitimamente constituído” e foi também citada para declarar, como testemunha, a dirigente estudantil e militante do partido opositor Vontade Popular, Gabriela Arellano.
No passado dia 06, sete dirigentes opositores foram intimados pelo MP para prestar declarações, entre os dias 09 e 25 de junho, no âmbito de uma investigação sobre um alegado plano de magnicídio contra o Presidente Nicolas Maduro.
Entre os citados estão também o ex-candidato presidencial Henrique Salas Römer, a opositora Maria Corina Machado, que em fevereiro de 2012 participou, juntamente com Diego Árria, nas eleições primárias da oposição, em que Henrique Capriles Radonski, foi eleito como candidato da ‘Unidade’ contra Hugo Chávez.
A 28 de maio, o “alto comando político” da revolução bolivariana acusou vários dirigentes políticos opositores de, com o apoio de um banqueiro, estarem a preparar um golpe de Estado e um atentado contra Nicolás Maduro.
“Temos todas as provas do plano de magnicídio e do golpe de Estado (…) O que estamos apresentando faz parte de uma investigação penal que envolve setores da direita venezuelana”, disse o dirigente do PSUV, Jorge Rodríguez.
Segundo aquele responsável os planos conspirativos começaram antes das eleições municipais de 08 de dezembro de 2013 e contemplam o incentivo à violência nas ruas.
/Lusa