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Catalunha pagou três milhões a instituto que diz que Shakespeare era catalão

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William Shakespeare

O Governo da Catalunha pagou três milhões de euros em subsídios a empresas de media com ligações estreitas ao Institut Nova Història (INH), que defende que a História tem sido manipulada para eliminar a contribuição da Catalunha.

O Governo catalão pagou três milhões de euros em subsídios a empresas de media com ligações estreitas a um instituto que afirma que os escritores William Shakespeare e Miguel de Cervantes, assim como o navegador Cristóvão Colombo, entre outros, eram catalães, avançou, esta segunda-feira, o jornal The Guardian.

Os dados foram relevados por Pere Aragonès, vice-presidente da Generalitat, em outubro, no Parlamento, que disse que o pagamento tem sido feito deste 2012 a duas empresas de Albert Codinas, fundador e atual presidente do Institut Nova Història (INH).

O INH é uma fundação cultural, sediada em Barcelona, que defende que a História tem sido sistematicamente manipulada pelo Estado espanhol, desde o século XV, para eliminar a contribuição da Catalunha na História mundial.

Segundo o jornal britânico, Núria Llorach, presidente da Corporação Catalã de Meios Audiovisuais (CCMA), órgão público responsável pelos media catalães, entre os quais a TV3, também revelou que pagou 184 mil euros pelos direitos de exibição de seis documentários do INH.

Estes programas incluem várias alegações, entre as quais que Espanha encobriu o papel dos catalães na descoberta europeia do continente americano; que Miguel de Cervantes escreveu em catalão e teve a sua verdadeira identidade disfarçada pela Inquisição espanhola e ainda que Leonardo da Vinci era, na verdade, catalão.

O jornal inglês destaca o documentário sobre o escritor de “Don Quixote”, por defender a teoria de que o nome do gigante da literatura espanhola era, de facto, Joan Miquel Sirvent, um catalão de Alicante, e que Cervantes e Shakespeare eram a mesma pessoa.

Além de Shakespeare, Cervantes, Colombo e da Vinci, há outros nomes “metidos ao barulho” na teoria da conspiração do INH como, por exemplo, o do teólogo Erasmo de Roterdão, o do explorador Francisco Pizarro e o da Santa Teresa de Ávila.

Em declarações ao The Guardian, Vicent Baydal, professor de história do direito em Valência, afirma que as pessoas por detrás deste instituto “nem sequer são historiadores”. “São pessoas que não têm ideia, que não entendem a metodologia histórica e nem sequer sabem como procurar ou ler documentos históricos”.

No ano passado, Gabriel Rufián, porta-voz do partido pró-independência Esquerra Republicana, já tinha pedido ao Governo regional para que parasse de financiar o INH. “Nenhuma pseudociência ou pseudohistória deve ser financiada com dinheiro público. Nem o terraplanismo, nem o antivacinismo, nem o Institut Nova Història”.

ZAP //

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2 Comments

  1. Não “revelaram” que Luís de Camões é, afinal, catalão? É para admirar! Já agora, investiguem-se essas informações recentes de o Brasil ter sido descoberto por uns até agora ignorados espanhóis!

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