Um comentário anti-semita e racista do líder histórico da Frente Nacional, Jean-Marie Le Pen, abriu uma polémica em França, onde as organizações não governamentais exigem a abertura de um processo crime contra o antigo dirigente da extrema-direita.
Num vídeo que esteve disponível na página na Internet da Frente Nacional, mas que já não era possível visualizar hoje, o fundador do partido e pai da atual presidente dizia, rindo, que faria “uma fornada” da próxima vez que personalidades públicas se pronunciassem contra o partido.
Jean-Marie Le Pen referia-se a recentes tomadas de posição públicas por parte de artistas como Madonna, o humorista francês Guy Bedos, o cantor e antigo campeão de ténis Yannick Noah e o cantor judeu Patrick Bruel.
A presidente do partido francês de extrema-direita, Marine Le Pen, filha de Jean-Marie, afirmou-se envergonhada pelas declarações alegadamente antissemitas do seu pai e antigo presidente do partido, demarcando-se do episódio que suscitou a indignação dos franceses.
Marine Le Pen, agora à frente do partido de extrema-direita, e empenhada numa estratégia para ‘limpar’ a imagem da Frente Nacional, repudiou as declarações do seu pai, falando em “erro político”, mas queixando-se de que o significado atribuído às palavras era “malicioso”.
“Se esta polémica pode ter algum aspeto positivo, é o de me permitir relembrar que a Frente Nacional condena firmemente todas as formas de antissemitismo, seja qual for a sua natureza”, disse Marine Le Pen, que recentemente levou o partido a uma vitória eleitoral histórica nas eleições europeias, conquistando 25% dos votos e sendo o partido mais votado em França.
Louis Aliot, companheiro de Marine Le Pen e vice-presidente do partido, afirmou que Jean-Marie Le Pen “utilizou corretamente a palavra fornada” ainda que a frase não seja boa, acrescentando que se tratou de um momento “politicamente estúpido e constrangedor”.
Várias associações antirracistas reagiram de imediato. Em comunicado, a SOS Racismo anunciou que vai apresentar queixa contra Jean-Marie Le Pen nos próximos dias. Também o Movimento contra o racismo e pela amizade entre os povos (Mrap) tenciona apresentar queixa judicial e classificou Le Pen como um “autêntico antissemita).
Na rede social Twitter, a ministra dos Direitos das Mulheres, Najat Vallaud-Belkacem, disse que se o partido não excluir Jean-Marie Le Pen por estas declarações, a Frente Nacional “será sempre o partido da náusea republicana”.
Le Pen já foi por várias vezes criticado por incitar ao ódio racista, ou por contestar crimes contra a humanidade, como os campos nazis de extermínio de judeus, em relação aos quais chegou a afirmar que as câmaras de gás não passavam de “um detalhe da História”.
“A palavra fornada que utilizei não tem, evidentemente, qualquer conotação antissemita, a não ser para os inimigos políticos ou para os imbecis”, reagiu Le Pen, acrescentando que se há gente do seu campo político que a interpretou dessa forma, “é porque são imbecis”, numa aparente resposta às críticas dirigidas por um deputado eleito pela Frente Nacional em 2012, Gilbert Collard, que classificou as declarações como “inaceitáveis e intoleráveis”.
ZAP / Lusa
Mas até quando será que temos de aturar este suíno caduco e ordinário,que precisa,ele sim,de ser assado no forno crematório.Estupor.