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Turquia declara guerra ao regime sírio e abre portas da Europa aos refugiados após baixas em Idlib

A Turquia vai deixar de impedir que refugiados cheguem à Europa, por terra ou por mar, decisão que antecipa a chegada de refugiados da província de Idlib, no norte da Síria, onde a ofensiva do regime contra os opositores escalou.

A escalada de tensão na Síria aumentou nas últimas horas, depois da morte de 33 soldados turcos num ataque de aviação do regime sírio. A situação pode levar a Turquia a uma tomada de posição mais agressiva, com um bombardeamento generalizado, enquanto fontes turcas confirmam `AFP que o país já está a retaliar contra o regime sírio que é apoiado pela Rússia.

“Alvos conhecidos do regime [sírio] continuarão a ser alvo de ataques aéreos e terrestres”, referiu em comunicado o director de comunicações do presidente turco,, Fahrettin Altun, apelando à comunidade internacional para “cumprir as suas responsabilidades”.

Como forma de pressão, a Turquia anunciou que vai deixar de controlar as suas fronteiras, deixando os refugiados sírios entrarem na Europa.

No âmbito de um acordo assinado com a União Europeia, a Turquia tem recebido milhões de euros de fundos comunitários para se comprometer em conter o fluxo de migrantes que pretendem entrar na Europa.

Na Turquia, vivem cerca de 3,7 milhões de refugiados sírios.

Idlib tem sido o ponto “quente” do conflito sírio, com as tropas do regime a tentarem controlar o território que é dominado pelos rebeldes que são apoiados pela Turquia.

Segundo avançou a agência Reuters, que refere fonte do Governo turco e é citada pelo Expresso, números da Organização das Nações Unidas (ONU) revelam que mais de 400 civis morreram e quase um milhão fugiram das suas casas, naquela província, em direcção à fronteira com a Turquia, desde Dezembro de 2019.

Dessas, cerca de 80% são mulheres e crianças que estão instaladas em tendas, abrigos de cimento ou dentro de mesquitas, centros desportivos ou prédios em construção.

No início de Fevereiro, a Turquia enviou cerca de 12 mil militares para a fronteira. As autoridades turcas exigem um recuo das tropas inimigas e a Síria continua a acusar a Turquia de “apoiar” o terrorismo no país.

O governador da província turca de Hatay, Rahmi Dogan, confirmou na quinta-feira a morte de pelo menos 22 soldados turcos num ataque aéreo na vila de Balioun, em Idlib. Números oficiais divulgados posteriormente avançaram 33 mortes, mas as baixas poderão ser ainda maiores.

Dogan disse ainda à Reuters que a polícia turca, a guarda costeira e as forças de segurança na fronteira receberam instruções para deixar de controlar a entrada de sírios na Europa.

Membros da NATO que se reuniram de urgência em Bruxelas, após pedido da Turquia, já manifestaram “total solidariedade” para com o país de Erdogan, apelando ao regime sírio para parar com os “ataques indiscriminados” em Idlib.

“Os Aliados condenam os contínuos ataques aéreos indiscriminados levados a cabo pelo regime sírio e pela Rússia na província de Idlib. Exorto-os a parar a sua ofensiva, a respeitar a lei internacional e a apoiar os esforços da ONU para uma solução pacífica”, apontou o secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens Stoltenberg, numa conferência de imprensa.

ZAP //

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