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Angola. Dívidas a construtoras portuguesas alarmam FMI

O Fundo Monetário Internacional (FMI) está preocupado com a dívida de Angola a fornecedores externos, nomeadamente empresas portuguesas do setor da construção.

O processo de regularização de dívidas do Estado angolano às construtoras portuguesas está a prosseguir, mas, em anonimato, houve empresas a confirmarem ao Público que o problema das dívidas angolanas ao setor está longe de ser resolvido, havendo muitas dívidas que permanecem por pagar.

Na última avaliação às medidas impostas pelo FMI, no âmbito de um pedido de assistência financeira feito por Angola em 2018, ficou claro que o país está a ter dificuldades em não acumular dívida a fornecedores externos, o que preocupa os responsáveis do Fundo.

O montante das dívidas de Angola às construtoras portuguesas estava estimado em cerca de 500 milhões de euros, resultado de um passivo que se acumulou durante décadas.

De acordo com o matutino, há empresas portuguesas com faturas por receber e muitas delas têm dificuldades em ver as despesas assumidas e certificadas. Além disso, outras aceitaram perdões de dívida elevados (haircuts superiores a 40%), escreve o diário.

“Um país que não paga a sua dívida passa a ter problemas para se financiar“, admitiu Marcos Rietti Souto, representante residente do FMI em Angola, na apresentação do relatório do FMI sobre as Perspectivas Económicas Regionais da África Subsaariana.

Na adenda ao memorando de entendimento que assinou com o FMI, o Governo angolano admitia, em dezembro, as dificuldades que estava a ter para cumprir o critério de não acumular dívidas a fornecedores, justificando-se com o facto de os bancos estarem a ter dificuldades em efetuar transações em dólares norte-americanos.

Na mesma adenda, explicava que, em 2019, havia chegado a um acordo com um fornecedor estrangeiro privado para liquidar gradualmente os pagamentos em atrasos. Além disso, assegurava que, em 2020, iria começar a pagar a dois outros grandes fornecedores estrangeiros com os quais já tinha acordos preliminares.

ZAP //

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