/

Trump diz que tem o direito de interferir em casos judiciais

Michael Reynolds / EPA

O Presidente dos EUA, Donald Trump

O Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou, esta sexta-feira, que tem o direito de interferir num processo judicial, mas que até agora decidiu não o fazer.

Roger Stone, ex-consultor de Donald Trump, tinha sido condenado a uma pena de entre sete e nove anos de prisão, por mentir aos procuradores que investigaram a interferência russa nas eleições presidenciais de 2016.

No entanto, o Departamento de Justiça reduziu a pena, em nome dos “interesses da justiça”, após o Presidente dos Estados Unidos ter lamentado a dureza da sentença.

O Procurador Geral, William Barr, disse na quinta-feira que os comentários presidenciais, feitos através da conta pessoal de Trump no Twitter, não tiveram qualquer impacto sobre a decisão de redução da pena, tomada pela sua equipa.

Barr aproveitou para pedir a Donald Trump para evitar aquele género de comentários no Twitter, dizendo que eles tornam o seu trabalho “impossível”, mas assegurou que não foi alvo de qualquer pressão. “O Presidente nunca me pediu para intervir de qualquer forma num caso criminal”, disse o Procurador Geral, que responde hierarquicamente perante a Casa Branca.

Trump usou esta frase num novo tweet, esta sexta-feira de manhã, mas assinalou que considera ter o direito de interferência nos processos judiciais.

“Isto não significa que eu não tenha, como Presidente, o direito legal de o fazer (interferir nos processos). Eu tenho-o, mas até agora tenho decidido não o fazer”, escreveu Trump.

Roger Stone foi consultor de Donald Trump, antes e durante a sua campanha presidencial, tendo sido condenado, em novembro passado, por ter mentido ao Congresso e por ter manietado uma testemunha da investigação à interferência russa nas eleições de 2016.

Os quatro procuradores responsáveis pelo processo pediram uma pena de prisão de entre sete e nove anos, mas o Departamento de Justiça considerou que a acusação deve pedir uma pena muito mais leve, em nome de “interesses da justiça”. Os procuradores que o acusaram demitiram-se do caso na terça-feira.

A sentença deverá ser anunciada em 20 de fevereiro, por um juiz federal.

ZAP // Lusa

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.