A Huawei foi acusada pelos Estados Unidos (EUA) de apropriação indevida de propriedade intelectual e de mentir a investigadores federais. Esta acusação surge depois de o Reino Unido anunciar que a empresa chinesa vai poder fornecer equipamento para a infraestrutura de telecomunicações 5G no país.
Segundo noticiou o Guardian, nesta nova acusação, o Departamento de Justiça norte-americano alega que a Huawei apropriou-se indevidamente de propriedade intelectual e firmou acordos de confidencialidade com fornecedores e professores de institutos de pesquisa para obtenção de tecnologia.
Os responsáveis alegam igualmente que a Huawei aconselhou os funcionários a ocultar o seu envolvimento na empresa durante encontros com agentes das autoridades.
Outra das alegações revela que a empresa chinesa forneceu bens e serviços ao Irão e à Coreia do Norte – violando as sanções dos EUA, da Europa e da Organização das Nações Unidas (ONU) -, apontando para a existência de documentos internos que provam que a Huawei usava nomes de código para se referir aos países sancionados.
Num comunicado, a empresa chinesa afirmou que esta acusação é uma tentativa de “danificar irrevogavelmente a reputação da Huawei e os seus negócios por razões relacionadas com a concorrência e não com a aplicação da lei”.
“Essas novas acusações não têm mérito e baseiam-se principalmente em disputas civis dos últimos 20 anos que foram resolvidas, litigadas e, em alguns casos, rejeitadas por juízes e júris federais. O governo não prevalecerá nestas acusações, que provaremos serem infundadas e injustas”, lê-se no documento.
O Departamento de Justiça norte-americano alegou que a Huawei mentiu sobre a sua relação com a Skycom, empresa que os promotores acreditam ser uma “subsidiária não oficial” da Huawei, responsável por ajudar o Irão a realizar vigilância no país.
Estas alegações surgem um ano após o Departamento de Justiça ter acusado a Huawei e Meng Wanzhou, diretora financeira da empresa e filha do fundador da empresa, Ren Zhengfei, de fraude e de contornar sanções. Meng foi detida no aeroporto de Vancouver, no Canadá, em dezembro de 2018, onde luta contra a extradição para os EUA.
O anúncio desta nova acusação, ocorre semanas depois de o governo de Boris Johnson desafiar os avisos dos EUA contra a parceria britânica com a Huawei, anunciando que a empresa chinesa atuaria como fornecedora para criar uma nova rede 5G.