O partido republicano irlandês Sinn Fein desafiou esta quinta-feira o Fianna Fail (centro-direita) para discutir uma coligação de governo, depois da sua vitória histórica nas legislativas de 8 de fevereiro.
Nenhum partido alcançou a maioria de 80 deputados necessária para governar sozinho.
O Sinn Fein, que foi o partido mais votado, elegeu 37 deputados, o Fianna Fail 38, e o Fine Gael (centro-direita), do primeiro-ministro, Leo Varadkar, 35.
A líder do Sinn Fein, Mary Lou McDonald, reuniu-se nos últimos dias com pequenos partidos como os Verdes, que elegeram 12 deputados, o Solidariedade-Povo antes do Lucro (cinco) e o Partido Trabalhista (seis), e, esta quinta-feira, disse numa reunião com os deputados eleitos do partido que “essas conversações vão continuar”.
“Ontem à tarde [quarta-feira], também escrevi ao líder do Fianna Fail, Michael Martin, para lhe pedir um encontro”, disse a líder do Sinn Fein.
Mary Lou McDonald admitiu existirem “fortes incompatibilidades” no programa dos dois partidos, mas defendeu que a Irlanda necessita de um “governo de mudança” para responder aos problemas da população. “A questão é: o Fianna Fail vai subscrever esse tipo de mudança? O tipo de mudança pelo qual as pessoas votaram?”, questionou.
Michael Martin tinha afastado a possibilidade de uma coligação com o Sinn Fein, antigo braço político do Exército Republicano Irlandês (IRA), e, segundo o jornal Irish Times, deve manter essa recusa numa reunião com os seus deputados eleitos.
A expressiva subida do Sinn Fein, que passou de 13,8% dos votos nas legislativas de 2016 para 24,5% nas eleições de sábado passado, mudou a cena política irlandesa, depois de um século de partilha do poder na Irlanda entre o Fianna Fail e o Fine Gael.
// Lusa