Benjamin Griveaux, candidato à autarquia de Paris apoiado pelo presidente Emmanuel Macron retirou esta sexta-feira a sua candidatura após a difusão de um vídeo de carácter sexual.
Um vídeo de carácter sexual e mensagens de texto dirigidas a uma mulher foram divulgadas na quarta-feira através da Internet e ampliadas nas redes sociais atingindo a candidatura de Benjamin Griveaux, ex-porta-voz do governo francês. Segundo o jornal francês L’Express, dois dos vídeos são “muito explícitos”
Na sequência de ataques “ignóbeis decidi retirar a minha candidatura à Câmara Municipal de Paris”, disse Griveaux à agência France Presse. “Há mais de um ano que a minha família e eu recebemos mensagens difamatórias, ataques anónimos, revelações de conversas privadas e até ameaças de morte“, afirmou.
“Uma página na Internet e as redes sociais difundiram os ataques ignóbeis pondo em causa a minha vida privada. A minha família não merece isto“, disse frisando que não quer expor os familiares a “golpes” públicos.
Griveaux disse ainda que lhe custava tomar a decisão, mas explicou que tem as prioridades “claras” e que a família está “em primeiro lugar”. O ex-candidato não se quis pronunciar sobre o conteúdo do vídeo – ou responder se era verdadeiro.
https://twitter.com/franceinfoplus/status/1228230491632914439
Benjamin Griveaux, 42 anos, ajudou a fundar o La République En Marche! (REM) e é porta-voz do governo desde novembro de 2017. Griveaux foi escolha pessoal de Macron para ser candidato do partido à câmara de Paris, o que criou divisões no REM. Griveaux é próximo do chefe de Estado francês, tendo apoiado Macron desde a primeira hora.
O antigo porta-voz do Executivo disse ainda à France Presse que discutiu com Emmanuel Macron, na quinta-feira, a decisão de retirar a candidatura tendo o chefe de Estado afirmado que apoiaria “qualquer posição” que fosse tomada no sentido de proteger os familiares.
Dois candidatos reagiram à notícia da desistência. Anne Hidalgo, a socialista que é a atual presidente da câmara, pediu “respeito pela vida privada das pessoas”. O matemático Cédric Villani denunciou, usando o Twitter, “esta ameaça grave à democracia”.
ZAP // Lusa