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Os últimos mamutes foram atormentados por vários defeitos genéticos

Há quatro mil anos, os últimos mamutes-lanosos morreram silenciosamente na isolada Ilha de Wrangel, no Oceano Ártico. Novas evidências apontam para os próprios como agentes parciais da sua morte.

Segundo o Science Alert, os mamutes-lanosos (Mammuthus primigenius) foram atingidos por doenças genéticas, provavelmente provocadas pela falta de diversidade genética. Agora, cientistas utilizaram genes desses mamutes e colocaram-nos em células de embriões de elefantes para ver como funcionavam.

Em 2017, investigadores fizeram o sequenciamento completo do genoma de mamutes-lanosos da Ilha de Wrangel, juntamente com populações de mamutes anteriores mais saudáveis. Os resultados mostraram “acumulação de mutações prejudiciais (…) consistentes com o colapso genómico”.

O novo estudo, publicado, na última sexta-feira, na revista Genome Biology and Evolution, baseia-se na investigação de 2017 e, segundo um dos seus autores, o biólogo evolutivo Vincent Lynch, da Universidade de Buffalo, nos Estados Unidos, os “resultados são muito complementares”.

A equipa identificou mutações prejudiciais ao comparar o genoma dos mamutes da Ilha de Wrangel com os seus parentes vivos — três elefantes-asiáticos (Elephas maximus). Além disso, também o comparou aos genomas de dois outros mamutes — um de há 44.800 anos e outro de há 20 mil anos —, quando as populações eram ainda grandes e robustas.

Com recurso a estas comparações, os cientistas conseguiram identificar mutações relacionadas com defeitos na morfologia espermática, desenvolvimento neurológico, sinalização de insulina e recetores olfativos.

No entanto, escreve o mesmo site, é importante destacar que este não foi o único fator que contribuiu para o fim dos mamutes-lanosos. O ponto final na sua existência começou há 11.700 anos, no final da Idade do Gelo.

À medida que o planeta aquecia, e os humanos (e a caça) se espalhavam, os mamutes começaram a ser cada vez menos. Este declínio drástico diminuiu a diversidade genética, o que significava que os animais estavam menos capazes de eliminar más mutações.

ZAP //

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