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“Iberolux”. Rui Moreira defende uma maior união entre Portugal e Espanha

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Rui Moreira / Facebook

O presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira

Na semana passada, durante o Cities Forum 2020, Rui Moreira avançou com a proposta de criar um “Iberolux” no espaço ibérico, em que toma como modelo o Benelux, espaço de cooperação entre Países Baixos, Bélgica e Luxemburgo.

A ideia do presidente da câmara portuense, que lidera a autarquia desde 2013, foi defendida no fim de semana passado no Cities Forum 2020. “Sempre acreditei que, desde que Portugal e Espanha têm democracias, deveríamos ter um Iberolux, como um Benelux”, afirmou Rui Moreira numa entrevista à agência de notícias espanhola Efe.

“Durante centenas de anos vivemos de costas voltadas, com enormes desconfianças. Felizmente, essa realidade hoje já não existe. A ligação entre as nossas cidades transfronteiriças é óbvia. Falamos um idioma que não é o mesmo, mas entendemo-nos. Temos um espaço ibero-americano que é essencial para ambos os países. Falta agora fazer o trabalho de construir o Iberolux”, disse Rui Moreira, citado pelo site de notícias da Câmara Municipal do Porto.

Para Rui Moreira, está na altura de Portugal e Espanha terem uma cooperação ainda mais estreita dentro do quadro da União Europeia. Rui Moreira quer que a estratégia se estende até à América latina,e considera-a “essencial” para Portugal e Espanha na criação de uma “identidade ibérica”.

Segundo Moreira, as ligações entre Portugal e a Galiza já mostram uma relação muito próxima entre o Norte de Portugal e a Região Norte de Espanha, que já praticamente dá como certa a ausência de fronteiras.

“O projeto europeu está vivo e de boa saúde e tem agora novas apostas”, disse Rui Moreira “O maior número de visitantes que temos são espanhóis. E são bons turistas: gostam de fazer compras, comer e beber”.

O jornal espanhol El País pegou no que Rui Moreira apelidou de “estratégia coordenada entre Portugal e Espanha” e tratou-a, esta quarta-feira, como uma “fusão entre Espanha e Portugal”.

“A Iberolux, a fusão de Espanha e Portugal numa nova entidade, é a proposta do autarca do Porto, o independente Rui Moreira”, começa o texto do diário espanhol, escrito pelo correspondente em Lisboa, Javier Martin Del Barrio. No artigo, são transcritas as declarações da Rui Moreira.

A proposta apareceu em mais órgãos de comunicação social espanhóis, como é o caso da Voz de Galicia.

Iberolux já tinha sido proposto por Paulo Rangel

A proposta de um “Iberolux” já tinha sido defendida em 2004 pelo agora social-democrata Paulo Rangel, num artigo no jornal Independente que foi posteriormente publicado no livro “Uma Democracia Sustentável”, em 2010, assinado pelo próprio.

Questionado pelo Observador sobre a expressão utilizada por Paulo Rangel, Rui Moreira afirma que se lembra de o eurodeputado a ter utilizado “há mais de 10 anos” numa altura em que trabalharam juntos. Contudo, diz que quando referiu o termo não se lembrou do texto de Paulo Rangel. O líder da câmara do Porto mencionou que não sabe se foi Paulo Rangel o primeiro a utilizar a expressão.

O autarca referiu que o tema de uma relação mais estreita entre os dois países “é um tema recorrente” e que foi por isso que falou na questão.

ZAP //

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4 Comments

  1. É impossível criar uma federação ibérica tendo em conta o facto de Espanha estar subjugada a uma ditadura monárquica e clerical, que contradiz os princípios de Liberdade, Democracia, Laicidade, e Dignidade da Pessoa Humana, pelos quais se rege a República de Portugal (RP), e que se encontram presentes na sua Constituição.

    Uma eventual federação ibérica só poderia se ponderada se os cidadãos Espanhóis abolissem o seu regime ditatorial monárquico e clerical, tornando-se numa República, caso contrário é inviável e perigoso para a Independência de Portugal.

    «…Segundo Moreira, as ligações entre Portugal e a Galiza já mostram uma relação muito próxima entre o Norte de Portugal e a Região Norte de Espanha…» – Rui Moreira in ZAP aeiou

    O sr. Moreira deve estar confundido, Galiza não é Espanha, e o seu território encontra-se ocupado pela ditadura monárquica e clerical espanhola; recomenda-se ao próprio que leia um pouco mais.

    «…deveríamos ter um Iberolux…» – Rui Moreira in ZAP aeiou

    As declarações do sr. Moreira devem ser vistas com cautela pelos cidadãos Portugueses, pois podem esconder uma tentativa por parte do poder financeiro e do clericalismo, em reforçar o seu poder em Portugal e Espanha com o objectivo de impor uma ditadura ibérica de cariz monárquico e clerical, com eleições de fachada (como acontece em Espanha), e um regime económico assente no sistema neoliberal.

  2. Quem e´que esse marmanjo pretende enganar? Os otários habituais. Esse tipinho já deu mostras de querer servir avidamente os interesses de quem se serve principescamente do sistema corrupto. Fala ele tão desbocadamente sobre a alegada “democracia” quando se vê com toda a cristalidade que não existe na UE uma única democracia, pois como se sabe a democracia é amiga da transparência total e inimiga da corrupção. Esse tipo que nos diga onde encontrar essa alegada democracia que valha o nome, até era capaz de lhe doar uma moeda. Até lá ele não passa de mais um político a viver principescamente dos nossos impostos.

  3. Curiosa essa “Iberolux”, sabendo a gente que Madrid só aprecia subalternos rastejantes e não tolera nem um pouco a independência justa da Catalunha, nem do País Basco, será que esse Moreira adorava estar nessa posição exigida por Madrid?
    Por mim nem daqui a 1000 anos vai existir Iberluxa alguma. Prezo muito a independência e liberdade e não me deixo comprar como a maioria dos politiquieros faz habitualmente.

  4. A sério? Agora repita, mas sem beber algo muito “pesado”! Quero lá saber da Espanha e o raio que a parta! O que quero é ouvir falar da devolução da administração do território português de Olivença ao seu legitimo dono: Portugal – que já tarde em demasia -, ou na adesão ou associação da Galiza à república portuguesa para formar uma federação luso-galaica que faria a reparação de um terrivel erro histórico. O resto, tanto se me faz, desde que se mantenham ao longe.

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