No ponto mais alto das montanhas Quinlan, com vista para o deserto de Sonora, que se estende pelo sul do Arizona, o NEID recolheu as suas primeiras observações, conhecidas coloquialmente pelos astrónomos como a “primeira luz”.
O mais recente instrumento da NASA vai ajudar os investigadores a “pesar” exoplanetas. Este avanço é fundamental na busca por mundos habitáveis.
O NN-EXPLORE Exoplanet Investigations with Doppler spectroscopy entrou em operação a 8 de janeiro no Observatório Kitt Peak, nos Estados Unidos. O NEID não coloca um exoplaneta numa balança, mas usa uma técnica de medição indireta muito eficaz.
O dispositivo analisa as pequenas oscilações de uma estrela causadas pela atração gravitacional dos planetas ao seu redor. Uma grande oscilação indica que o exoplaneta tem uma forte força gravitacional, que, por sua vez, está diretamente relacionada a uma grande massa.
Esta técnica já foi usada anteriormente, mas o NEID consegue fazer esta medição com uma precisão três vezes superior aos equipamentos já existentes.
Num comunicado citado pelo Futurism, o investigadora Jason Wright explicou que quando a equipa combinar “futuras observações do NEID com dados de telescópios espaciais, as coisas vão ficar realmente interessantes, e seremos capazes de aprender do que são feitos os planetas”.
“Saberemos a densidade do planeta; se é gasoso como Saturno, um gigante de gelo como Neptuno, rochoso como a Terra ou algo entre eles – uma super-Terra ou um sub-Neptuno.”
As primeiras observações do NEID foram da estrela 51 Pegasi, a primeira onde um exoplaneta foi encontrado, em 1995. Wright defende que a “primeira luz” que os astrónomos têm desta estrela é um marco importante, já que “é a primeira verificação de que o NEID está a medir a luz das estrelas conforme o esperado”.
NEID demorou cerca de quatro anos a estar completamente pronto – um período de tempo relativamente curto para integrar tantos componentes distintos, num empreendimento que poderia levar uma década até estar concluído.
Graças às suas capacidades de ponta, o NEID vai destacar-se ao encontrar planetas do tamanho da Terra na zona habitável de uma estrela e será extremamente entusiasmante encontrar novos planetas que orbitam em torno de estrelas muito mais pequenas do que o Sol.