Cinco quadros roubados em 1979 de um museu na Alemanha, e passados clandestinamente entre a fronteira interna alemã, foram resgatados no final do ano passado. As investigações prosseguem para encontrar os responsáveis pelo roubo.
Cinco quadros avaliados em quatro milhões de euros foram roubados e passados clandestinamente através da fronteira interna alemã, em 1979. O caso continua a ser um mistério.
Quando os quadros dos séculos XVI e XVII – da autoria de Hans Holbein, Frans Hals, Ferdinand Bol, Antoon van Dyck e Jan Brueghel – foram roubados, mais de mil pessoas foram interrogadas pela polícia e pela Stasi, a polícia secreta da Alemanha Oriental. No entanto, segundo Tobias Pfeifer-Helke, director da Fundação Schloss Friedenstein Gotha, os quadros nunca chegaram a ser recuperados.
Quarenta anos depois do roubo, em 2018, Knut Kreuch, Presidente da Câmara de Gotha, começou a receber chamadas telefónicas suspeitas. “Tenho algo para si“, dizia a voz do outro lado. Segundo o Público, Kreuch recebeu também várias fotografias a cores das pinturas, enviadas por um advogado. Até esse momento, as únicas imagens que tinha visto eram a preto e branco.
Os clientes desse advogado tinham herdado as obras dos seus pais, que pagaram um resgate para ajudar alguns amigos a deixar a Alemanha Oriental. Em troca, receberam as pinturas. De acordo com a Der Spiegel, os clientes chegaram a pedir cinco milhões de euros pelas obras de arte, mas o Presidente da Câmara conseguiu um acordo, após vários meses de negociação.
O advogado concordou em trazer os quadros para que a sua autenticidade fosse provada no Laboratório de Pesquisa Rathgen, um Instituto de Pesquisa dos Museus do Estado de Berlim, na Alemanha.
Numa espécie de “missão secreta“, que aconteceu a 30 de setembro do ano passado, as pinturas chegaram ao Instituo e só saíram de lá depois de se ter provado que eram verdadeiras. Regressaram, assim, ao local onde foram originalmente roubadas, a Fundação Schloss Friedenstein.
Segundo o Público, tanto o advogado como o condutor da carrinha que descarregou os cinco quadros no Instituto foram acusados de chantagem e posse de bens roubados.
O maior roubo de arte da Alemanha Oriental acabou bem, com as pinturas a regressarem a casa sem ser preciso pagar qualquer tipo de resgate. Ainda assim, as investigações vão continuar, para revelar a identidade dos ladrões originais e para perceber como foi executado o roubo.
A partir do próximo domingo, dia 26 de janeiro, as cinco pinturas vão estar em exibição na Fundação Schloss Friedenstein Gotha. Depois, serão restauradas em preparação para uma exposição sobre o roubo de Gotha, que será inaugurada em 2021.