A série Messiah, disponível na plataforma de streaming Netflix, acende a controvérsia em torno dos limites da liberdade de expressão e da criatividade no mundo das artes e do entretenimento.
Messiah, uma série produzida por Michael Petroni, é uma produção que aprofunda a premissa do que poderia acontecer se Jesus Cristo voltasse nos dias de hoje, num momento em que se vivem sérias tensões no Médio Oriente, o perigo das fake news e onde a comunicação é colocada em primeiro plano, deixando a religião num lugar relativamente secundário.
A série ainda não tinha estreado e era já alvo de uma acesa controvérsia. No início de dezembro, quando foi lançado o primeiro trailer da série, foi também lançada uma petição na plataforma Change.Org que apelava ao boicote de Messiah, alegando de que se trata de “propaganda anti-islâmica“.
O enredo da história passa-se entre o Médio Oriente, Washington e Texas (estados norte-americanos) e, apesar de o suposto Messias nunca mencionar as suas crenças ao longo da série, nem se identificar com alguma religião, o enredo foi descrito como “ofensivo” para os muçulmanos.
Os subscritores da petição insistiam que o nome “Al-Masih” – que identifica o líder misterioso, centro da narração da série – é usado na teologia islâmica para nomear o Dajjal, um falso profeta comparável à figura católica do Anticristo.
A Netflix apressou-se a esclarecer no Twitter o mal-entendido, mas a perceção de que se trata de uma ofensa às crenças muçulmanas ainda persiste. Outras séries norte-americanas, como Homeland, também enfrentaram barreiras culturais e linguísticas, o que gerou críticas pela representação da região e dos muçulmanos.
Michael Petroni também se pronunciou, sublinhando que não é seu objetivo ofender. Apesar de a série ser controversa, “não é ofensiva”. Ainda assim, a perceção de que certas questões não devem ser analisadas ou usadas para gerar conteúdo de entretenimento, debate ou visões jornalísticas subsiste num certo grupo da opinião pública.
Além disso, acresce o facto de esta série ser lançada a meio de um período mundial complicado, com as tensões entre o Irão e os Estados Unidos a intensificarem-se a cada dia que passa. A estreia de Messiah trata-se de uma sincronia sem explicação, uma vez que o lançamento foi anunciado no ano passado, tornando muito improvável que seja uma provocação por parte da Netflix.
Mesmo assim, destaca o Hipertextual, persiste o argumento de que a participação dos Estados Unidos em conflitos de guerra e a sua influência como potencial global em situações de grande gravidade está a ser discutida “em voz alta”, com lançamentos como este.
Esta não é a primeira vez que se instaura um debate público sobre os limites da liberdade de expressão: devia a Netflix questionar-se sobre a adequação da sua estreia?
O debate em torno da mais recente série da Netflix sugere que a liberdade de expressão tem limites e que essa fronteira é marcada pelo desconforto que pode causar uma história em certos grupos religiosos, sociais ou culturais. Mas será esta uma ideia válida?
Sobre a liberdade de expressão eu acho interessante os judeus financiarem as blasfêmias sobre Jesus e seus seguidores e não dá nada, agora quando se fala a verdade sobre esta raça de víboras causadores de degradação da humanidade ai é anti-semita agora bem capaz deste meu comentário ser barrado ou alguém sentir a dor no…pois não se pode repudiar a raça superior…
É a inquisição que está de volta… Primeiro a com A Porta dos fundos e o especial de natal, agora com esta serie… Enfim…