Na tarde de quarta-feira, a Unidade de Decisão Clínica 2 (UDC 2) das urgências do hospital de Braga, uma ala para doentes com situações mais graves, chegou a ter 40 doentes. A ala tem capacidade para 16.
Ao Observador, o Hospital de Braga adiantou que “o serviço de urgência tem vindo a registar um aumento de afluência diária de utentes” e que esse aumento é “previsível para a época”. Já sobre o caso reportado na tarde de quarta-feira, a entidade disse que “em determinados períodos do dia, podem ocorrer algumas situações pontuais de sobrelotação, situações essas que são resolvidas o mais rapidamente possível”.
De acordo com o diário, ao final da tarde estavam “cerca de 26 pessoas” nesta ala, segundo a enfermeira Eva Salgado, vogal do conselho de enfermagem da secção regional do Norte da Ordem dos Enfermeiros que acompanha os trabalhos destes profissionais nos hospitais do Norte e a quem fizeram chegar esta informação.
No entanto, o matutino refere que quando as fotografias foram enviadas, a ala “chegou aos 40” doentes.
O Hospital de Braga defendeu-se, afirmando que “esta afluência sazonal de utentes não coloca em causa a qualidade dos cuidados de saúde prestados no Hospital de Braga” e que “continua a dar resposta à população“.
O mesmo hospital garante ter preparado um “Plano de Contingência de Saúde Sazonal que este ano foi reforçado e contempla várias medidas, nomeadamente, ajuste de equipas às necessidades e ativação de camas”.
A Ordem dos Enfermeiros confirmou este aumento, mas disse que “nem com este aumento conseguem resolver”. Sendo inverno, uma altura de maior afluência nos hospitais, Eva Salgado afirma que nesta unidade hospitalar “deixou de existir um pico de calor ou de frio em que as urgências ficavam atulhadas de idosos, passou a haver um pico constante”.
Mesmo antes de o Hospital de Braga passar, em setembro de 2019, de uma PPP a EPE (entidade pública empresarial) já havia queixas da falta de capacidade das infraestruturas para acolher pacientes.