As autoridades mexicanas estimam que, desde 2006, haja mais de 60 mil pessoas desaparecidas desde o início da guerra contra as drogas. O número pode até ser superior.
A droga é um sério problema no México, com uma séria presença de vários cartéis poderosos e sem escrúpulos. O país começou uma guerra contra as drogas em 2006, na tentativa de combater a questão. Segundo as autoridades, mais de 60 mil pessoas estão desaparecidas desde então.
Segundo o jornal britânico The Guardian, este valor é muito superior ao estimado anteriormente, que rondava as 40 mil pessoas. Acabar com o problema das drogas e a consequente falta de segurança é uma das bandeiras do presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador.
O combate às drogas baseia-se numa intervenção a nível social, mais pacífica, mas que, no entanto, tem trazido escassos resultados. As autoridades mexicanas indicam que os cartéis de droga, grupos mafiosos e até mesmo força de segurança estatais são responsáveis pelos mais de 60 mil desaparecidos.
Desde a chegada de Obrador à presidência, em dezembro de 2018, foram encontrados 873 locais de onde foram retirados 1.124 corpos. Estes sítios eram maioritariamente localizados em Sinaloa, Jalisco, Colima, Sonora e Chihuahua, onde há uma forte presença de crime organizado e narcotraficantes.
“Temos de nos lembrar que estamos a falar de vidas, famílias e pessoas que ainda estão desaparecidas”, disse Karla Quintana, chefe do comité de investigação nacional. “Estas são estatísticas de horror por trás das quais existem tantas histórias de tanta dor”, acrescentou.
Apesar do número de desaparecidos sugerido ser, por si só, surreal, há quem acredite que poderá ser ainda maior. “Doze estados apresentaram não apresentaram ou apresentaram parcialmente informações. Este é apenas um passo para compreender o âmbito completo do conflito”, escreveu o especialista Falko Ernst, no Twitter.