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OE2020. Ana Catarina Mendes avisa que esquerda não pode frustrar expetativas dos eleitores

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Tiago Petinga / Lusa

Líder parlamentar do PS, Ana Catarina Mendes

A líder parlamentar do PS defendeu que a não aprovação à esquerda do Orçamento para 2020, “que é em tudo melhor ou igual aos quatro anteriores”, frustraria “as expectativas dos eleitores”.

A líder parlamentar do PS advertiu esta terça-feira que a não aprovação à esquerda do Orçamento para 2020 frustraria as expectativas dos eleitores que nas últimas legislativas quiseram uma maioria na Assembleia da República a aplicar medidas progressistas.

Ana Catarina Mendes assumiu esta posição em conferência de imprensa, na Assembleia da República, depois de confrontada com o cenário de PCP e Bloco de Esquerda não viabilizarem logo na generalidade a proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2020.

“Julgo que aqueles que estiveram com o PS nos últimos quatro anos, que aprovaram bons orçamentos, não têm nenhuma razão para que não votem agora num Orçamento que é em tudo melhor ou igual aos quatro anteriores. Seria frustrar as expectativas dos eleitores. Na noite das eleições legislativas, esses eleitores reforçaram o PS, mas quiseram que uma maioria de esquerda continuasse no parlamento a aplicar as medidas progressistas”, sustentou a presidente da bancada socialista.

Em relação à atuação do Bloco de Esquerda e do PCP, que ainda não deram qualquer indicação sobre uma possível viabilização da proposta orçamental, a líder da bancada do PS procurou desdramatizar a atual situação de indefinição e disse que estes dois partidos “estão a fazer a sua análise”.

“Depois da aprovação da proposta de Orçamento na generalidade, haverá tempo para diálogo em sede de especialidade. A discussão na especialidade serve para serem votadas outras propostas, para se melhorar aquilo que se tiver de melhorar”, alegou.

Da parte do PS, segundo Ana Catarina Mendes, “deixa-se a garantia que esta proposta é a melhor dos cinco orçamentos apresentados nos últimos anos”.

“Estamos perante uma proposta de Orçamento mais livre nas nossas opções, porque um país menos endividado é também um país mais livre. Estou certa de que todos honraremos o compromisso que assumimos com os portugueses e que todos honraremos o mandato que os portugueses confeririam a este parlamento com a aprovação de um Orçamento do Estado à esquerda”, acrescentou.

Voto de Rio é resposta a adversários internos

Ana Catarina Mendes considerou ainda que o presidente do PSD, Rui Rio, anunciou o voto contra a proposta do Governo de Orçamento para 2020 sobretudo para responder aos seus adversários internos.

Esta posição foi transmitida por Ana Catarina Mendes em conferência de imprensa, na Assembleia da República, pouco depois de Rui Rio ter anunciado que o PSD votará na sexta-feira, na generalidade, contra a proposta de Orçamento do Estado para 2020.

“O presidente do PSD não apresentou a real razão pela qual não quer votar esta proposta de Orçamento do Estado, porque falou para dentro do seu próprio partido, para a disputa interna e para os seus adversários. Rui Rio anunciou o voto contra aos seus adversários”, sustentou a presidente do Grupo Parlamentar do PS.

Perante os jornalistas, Ana Catarina Mendes acusou o PSD de nunca ter votado a favor de orçamentos que “repuseram rendimentos, que aumentaram pensões, criaram emprego e baixaram impostos”.

Nunca o PSD esteve ao lado desta agenda progressistas. Por isso, não é de espantar que, num clima de eleições internas, o PSD volte a votar contra uma excelente proposta de Orçamento – um instrumento que aumentará as verbas para o Serviço Nacional de Saúde, que atualiza as pensões e que, pela primeira vez, ao fim de 20 anos, cumpre o princípio da atualização salarial na administração pública”, referiu.

Para a presidente do Grupo Parlamentar do PS, “não é de estranhar que, num clima de eleições internas, Rui Rio se tenha esquecido de falar aos portugueses”.

Não apresentou uma única proposta, mas falou para os seus adversários internos. Isso é pena, porque é o país que perde”, acrescentou.

// Lusa

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