O presidente da Câmara Municipal do Porto criticou na segunda-feira a atuação da Capitania do Douro, da Proteção Civil e da Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) durante os alertas emitidos nos últimos dias devido ao mau tempo, que provocaram de 296 ocorrências na cidade.
“Deixar uma nota de preocupação em relação a alguns dos serviços do Estado central, em particular da Capitania, porque os avisos que chegaram foram tardios. Nós não vimos aparecer Polícia Marítima, não vimos aparecer Capitania, a única coisa que vimos foi o capitão do Porto dar uma entrevista às televisões no estúdio”, afirmou Rui Moreira, citado pela agência Lusa.
E acrescentou: “Essa não é a atuação que nós esperamos e, portanto, pareceu-nos aqui absolutamente desajustada a posição da Polícia Marítima, da Capitania, que tem nesta matéria responsabilidade”.
O autarca, que falava na reunião do executivo, no período antes da ordem do dia, lembrou que o Porto viveu nos últimos dias uma situação preocupante, com muita pluviosidade, cheias e o agravamento da agitação marítima, tendo “sempre” recebido “avisos muito tardios, quer por parte da Capitania, quer por parte da Proteção Civil”.
De acordo com Rui Moreira, apenas o ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, se “preocupou, de facto”, em dar nota do que se estava a passar, sendo que a situação, sublinhou, chegou a ter alguma gravidade.
“Queria também dizer que, no caso da APDL, também ela muitas vezes preocupada com o seu domínio, esteve mais ou menos desaparecida. Nós tivemos de intervir na Marina do Freixo para retirar um conjunto de troncos e objetos flutuantes que ali estavam a causar graves perturbações e graves danos às embarcações, e isso foi feito pelos serviços da câmara”, observou, louvando o trabalho das equipas municipais, a que se associou o vereador do Partido Socialista Manuel Pizarro.
Já o vice-presidente da câmara, Filipe Araújo, salientou que a capacidade operacional do município é fruto dos investimentos que têm vindo a ser feitos, nomadamente no CGI – Centro de Gestão Integrada.
Numa nota publicada na segunda-feira na sua página oficial, o município refere que se registaram, desde quarta-feira, um total de 296 ocorrências.
Na sexta-feira, devido às condições meteorológicas provocadas pela depressão Elsa, o rio Douro galgou as margens tendo no pico da maré subido 1,20 metros e entrado quase 30 metros pela Praça da Ribeira, no Porto, o mesmo sucedendo do lado de Vila Nova de Gaia.
As águas entraram em casas e estabelecimentos comerciais nas duas margens, tendo a situação melhorado no sábado com a redução das descargas das barragens e a melhoria das condições atmosféricas.
Os efeitos do mau tempo, que se fazem sentir desde quarta-feira, provocaram dois mortos e um desaparecido e deixaram 144 pessoas desalojadas e outras 352 deslocadas por precaução, registando-se mais de 11.600 ocorrências, na maioria inundações e quedas de árvores.
O mau tempo, provocado pela depressão Elsa, entre quarta e sexta-feira, a que se juntou no sábado a depressão Fabien, provocou também condicionamentos na circulação rodoviária e ferroviária, bem como danos na rede elétrica, afetando a distribuição de energia a milhares de pessoas, em especial na região Centro.
A Autoridade Nacional de Proteção Civil, num balanço feito na segunda-feira, às 10:00, disse que o distrito de Coimbra é aquele que ainda causa maior preocupação, apesar de o número de ocorrências ter “baixado significativamente”, esperando-se a redução do leito do rio Mondego nos próximos dias.
«…Queria também dizer que, no caso da APDL, também ela muitas vezes preocupada com o seu domínio, esteve mais ou menos desaparecida…» – Rui Moreira
O sr. Moreira tentou em conjunto com a sua família apoderar-se dos terrenos junto às margens do Rio Douro na zona da Ponte da Arrábida, terrenos esses que pertencem aos cidadãos Portuenses que delegam a sua administração na APDL (Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo).
Isto é grave, e torna-se ainda pior a partir do momento em que o sr. Moreira ao ver que não consegue usurpar esses terrenos, se dedica agora à vingança política contra a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo pelo facto desta entidade defender os interesses dos cidadãos Portuenses.