Em entrevista ao DN/TSF, o eurodeputado Paulo Rangel garantiu que vai apoiar o atual presidente do PSD na disputa interna pela liderança do partido.
O mistério está desfeito: Paulo Rangel está do lado de Rui Rio na corrida à liderança do PSD. Em entrevista ao Diário de Notícias e à TSF, este domingo, o eurodeputado garantiu que irá apoiar o atual líder do partido, como já “muitas pessoas adivinhavam”, porque considera que o presidente merece a “oportunidade”, apesar do resultado das eleições de outubro.
O maior trunfo que Rio tem a seu favor é, na opinião de Rangel, a sua “visão de médio prazo”. “Eu acho que essa visão de médio prazo merece ser recompensada nesta altura, e acho que é aquela que verdadeiramente pode enfrentar António Costa, porque o que este demonstrou é que é um político de curto prazo.”
É por este motivo que Rui Rio é o candidato que merece “ter aqui uma oportunidade” para provar que consegue pôr as suas prioridades em prática com mais tempo.
Em relação aos maus resultados nas eleições – tanto nas legislativas de outubro como nas europeias de maio – Paulo Rangel assume que houve vários erros, nomeadamente a forma como o PSD lidou com a crise dos professores: “esteve mal”.
No entanto, Rangel defende que os problemas vinham de trás, com as autárquicas (2017) que tiveram “resultados muito negativos” e com a época da troika. Tendo em conta esta explicação e somando-lhe a oposição interna a Rui Rio, Rangel considera que “não devemos mudar de líder só porque o resultado não foi o melhor“.
Agora, o PSD deve participar num diálogo à direita que recupere o espírito da Aliança Democrática, sem usar o Chega como “muleta” – mas também sem o diabolizar.
Sobre uma possível recandidatura, Paulo Rangel não diz nunca, mas assume que o tempo é de apoio a Rui Rio.
“Até agora não vi nenhum fascismo em André Ventura”
Paulo Rangel não encontra no discurso de André Ventura “nenhum fascismo”. Pelo menos, “até agora, não quer dizer que no futuro não seja assim”.
Além disso, o eurodeputado discorda dos que procuram diabolizar o deputado único do Chega porque “é um erro tático” que não se justifica. As pessoas têm que ser “lidas por aquilo que elas dizem e por aquilo que elas fazem e não por aquilo que nos dá jeito“.
Para Rangel, os fenómenos populistas devem ser combatidos “com distância”. Sobre a eventual necessidade de o PSD vir a precisar do Chega para voltar a governar, o eurodeputado afasta de imediato essa possibilidade.
“O PSD aí deve ser muito claro e não deve, de maneira nenhuma, ter o Chega como uma muleta”, declarou na entrevista, defendendo que o Iniciativa Liberal (IL) é um caso completamente diferente: “é bom haver um partido liberal”, ainda que “em Portugal, o eleitorado” não seja liberal porque “as pessoas, em geral, esperam um papel do Estado.”
Por esse motivo, o eurodeputado considera que o IL “é um partido com o qual o PSD deve – com o CDS e com o Iniciativa Liberal em particular – organizar um amplo diálogo.”
Rui Rio é low profile e por isso não anda nas bocas do mundo nem gosta de ser capa de revista como na politica tem sido moda, é a pratica do marketing político, que não vende jornais, que muitos criticam mas depois na pratica querem é o show-off…
Não estava a espera de ver este advogado manhoso, que nos tempos livres faz de eurodeputado, a apoiar o Rio… provavelmente acha que é a melhor aposta para manter o tacho!…
Se o sr. Rio continuar a permitir que os neoliberais e o clericalismo se colem à sua imagem, não terá grande futuro e cairá no desprezo dos cidadãos que lhe irão retirar de imediato a credibilidade que tem vindo a alcançar.
Gente do cariz do sr. Rangel, que por várias vezes já defendeu pontos de vista anti-democráticos, chegando ao cúmulo de fazer a apologia ao terrorismo e a ideologias extremistas, não são todo favoráveis para o trabalho que o sr. Rio pretende desenvolver.