O presidente da Assembleia da República prometeu hoje defender, sem transigências, o respeito institucional no parlamento, no qual disse que “há adversários políticos, não há inimigos pessoais”.
Ferro Rodrigues deixou esta mensagem numa cerimónia de cumprimentos de boas festas ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém, em Lisboa. Na cerimónia estiveram presentes todos os líderes parlamentares e deputados únicos representantes de partidos, exceto André Ventura, do Chega.
“Na Assembleia da República eu mantenho toda a tranquilidade, independentemente das novas condições, na certeza de que o respeito pela instituição e pelas outras instituições democráticas é algo em que nunca transigirei, e estou seguro de que todos farão o seu esforço nesse sentido”, declarou.
Uma semana depois do episódio em que advertiu o deputado do Chega por utilizar “com demasiada facilidade” as palavras “vergonha” e “vergonhoso”, o que levou André Ventura a exigir-lhe um pedido de desculpa, Ferro Rodrigues acrescentou: “Na Assembleia da República há adversários políticos, não há inimigos pessoais”.
“Essa é uma questão que eu gostaria de deixar bastante clara, não é por ser Natal, é porque é assim mesmo”, concluiu, desejando em seguida um feliz Natal e um bom ano novo ao Presidente da República, que tomou então a palavra.
Ferro Rodrigues já se tinha referido ao respeito institucional e às regras para o reforço da transparência que entraram em vigor no parlamento mais no início do seu discurso.
“A Assembleia da República neste ano tem um novo desafio, visto que há um conjunto de diplomas que entraram em vigor com a nova legislatura e que são muito importantes para o reforço da transparência e para o reforço da qualidade dos trabalhos no parlamento”, considerou, salientando as “novas exigências em matéria de acumulações e incompatibilidades”.
Depois, Ferro Rodrigues afirmou que “este é um parlamento diferente, é um parlamento novo”, mas que, “de qualquer forma, há questões que são estruturais e que se vão manter, como o respeito institucional pelos outros órgãos de soberania e pelo próprio órgão de soberania”.
// Lusa
Vergonha