Maduro criou uma moeda virtual (e vai usá-la para pagar bónus de Natal)

Nicolás Maduro, Presidente da Venezuela, prometeu dar 27 euros aos funcionários  públicos, reformados e militares como bónus de Natal. Porém, o valor será pago em petro, a moeda virtual criada pelo Governo.

Cada um dos beneficiário receberá meio petro, que equivale a 27 euros, num país onde o salário mínimo tem tido muitas variações nos últimos meses e que chegou a ser, durante este ano, de 2,46 euros.

De acordo com o jornal venezuelano El Universal, para receber o bónus, os beneficiários têm de ter instalada a Petro App, a carteira cripto oficial do governo, lançada este ano e que também suporta outras criptomoedas, como bitcoin, litecoin e dash.

O bónus que Maduro estima entregar a oito milhões de venezuelanos tem como objetivo encorajar os venezuelanos a migrar para o petro, disponível desde outubro de 2018, mas que precisa de ganhar adesão significativa.

Em novembro, Maduro decretou o início da época natalícia com um mês de antecedência. Nessa altura, para além do pagamento antecipado dos subsídios de Natal, o presidente anunciou ainda a compra de 13 mil toneladas e meia de pernil de porco, no valor de quase 12 milhões de euros, que deverá ser vendido a preços solidários.

Em 2017, a Venezuela acusou Portugal de lhe ter “sabotado” o Natal por não ter entregue a iguaria a tempo. Depois, veio a saber-se que parte das encomendas não seguiram para o país por falta de pagamento.

Até ao ano passado, foi a empresa portuguesa Agrovarius SA quem forneceu grande parte do pernil de porco de Natal à Venezuela. Este ano, o país sul-americano está a ser abastecido pela empresa russa SAC Sk Korocha.

Para grande parte dos venezuelanos, este será um natal com pouco brilho, num país em que falta água, eletricidade, gasolina ou gás para cozinhar para a família.