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Erupção do Whakaari. Nova Zelândia encomendou 120 metros quadrados de pele para tratar os feridos

A Nova Zelândia já encomendou 120 metros quadrados de pele humana aos Estados Unidos para tratar os 30 feridos do vulcão Whakaari, na Ilha Branca.

Cirurgiões neozelandeses têm trabalhado sem parar dado o número de queimados sem precedentes e a natureza específica das lesões causadas por gases vulcânicos tóxicos. Peter Watson, diretor clínico do hospital de Middlemore, a unidade nacional de queimados da Nova Zelândia, disse que os médicos têm de trabalhar mais rápido do que é costume.

Watson justificou a encomenda dos milhões de centímetros de pele aos Estados Unidos com a enorme necessidade de mais enxertos.

De acordo com a Sky News, muitas das pessoas feridas estão com queimaduras gravíssimas e em 95% do corpo. Os cirurgiões estimam que, nos próximos dias, terão de fazer cerca de 500 horas de cirurgias.

Há pacientes com queimaduras em 95% do corpo, apesar de, em média, terem queimaduras em 40% a 50% do corpo. Do número total de 30 feridos – onde se inserem 29 com queimaduras graves -, 22 ainda estão ligados a sistemas de ventilação artificial dada a forma agressiva como as queimaduras lhes afetaram os pulmões. Os médicos não descartam que haja feridos que possam morrer na sequência das queimaduras.

A erupção do vulcão Whakaari, na Nova Zelândia, na passada segunda-feira, terá causado pelo menos 14 mortos e o aumento da atividade vulcânica paralisou, esta quarta-feira, as operações de busca de pelo menos oito turistas desaparecidos.

Das 47 pessoas que estavam da ilha no momento da erupção, com idades entre 13 e 72 anos, 24 eram da Austrália, nove dos Estados Unidos, cinco da Nova Zelândia, quatro da Alemanha, dois da China, dois do Reino Unido e um da Malásia.

Um porta-voz da polícia neozelandesa explicou que embora a recuperação dos corpos seja uma prioridade, as equipas de socorro não devem ser colocadas em perigo. “Para enviar as equipas temos de ter a certeza absoluta de que é seguro”, sublinhou Bruce Bird, numa conferência de imprensa em Whakatane, a cerca de 50 quilómetros de Whakaari, uma ilha no nordeste da Nova Zelândia também conhecida como Ilha Branca.

A agência governamental GeoNet indicou esta quarta-feira, em comunicado, que a atividade vulcânica do Whakaari “aumentou significativamente,” lembrando que o nível de alerta permanece no 3, numa escala de 5.

Cerca de 50 pessoas visitavam a Ilha Branca, no norte da Nova Zelândia, quando o vulcão entrou em erupção repentinamente no início da tarde de segunda-feira.

 

A Ilha Branca é localizada a cerca de 48 quilómetros da Ilha do Norte, na baía neozelandesa de Plenty. Não é habitada, mas é frequentemente visitada por turistas – mais de 10 mil por ano. O governo tinha instalado, em 2016, um abrigo na ilha vulcânica para o caso de haver uma erupção inesperada como a desta segunda-feira, mas não se sabe ainda se foi utilizada.

A última erupção mortal deste vulcão aconteceu em 1914, quando morreram 12 mineiros. Houve outra erupção de curta duração em abril de 2016, sem vítimas a registar. Segundo o instituto neozelandês de geociência GNS Science, não se prevê que haja agora um agravamento do estado do vulcão.

ZAP // Lusa

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