A Esquerda Republicana Catalã empurrou a decisão para janeiro de 2020, uma vez que as decisões judiciais que envolvem líderes independentistas podem influenciar o entendimento com o PSOE.
A Esquerda Republicana Catalã (ERC) não quer decidir antes do fim do ano se irá viabilizar a investidura do Governo espanhol, prolongando a indefinição sobre o futuro político do país até janeiro, avança o Público.
A abstenção dos independentistas catalães numa segunda volta do debate de investidura de Sánchez é crucial para que o Governo de coligação entre o PSOE e o Unidas Podemos possa entrar em funções. Apesar de as bancadas dos dois partidos não serem suficientes para que alcancem a maioria, numa segunda volta seria suficiente a maioria relativa para viabilizar o Executivo.
No entanto, “as posições continuam afastadas”, disse a porta-voz da ERC, Marta Vilalta, atirando para janeiro a possibilidade de se chegar a um acordo. “Não se pode negociar e avançar à pressa.” Os independentistas catalães não se querem comprometer com um calendário e apontam para um entendimento “depois do Natal ou depois do fim do ano”.
Na semana passada, os responsáveis das principais centrais sindicais foram à prisão visitar o líder da ERC, Oriol Junqueras, para lhe pedir que apoie a viabilização do Governo espanhol. Marta Vilalta adiantou ainda que a ERC tem aproveitado as conversações com o PSOE para “promover uma mesa de negociação entre a Catalunha e o Estado espanhol”.
As decisões judiciais que se aproximam (como a possível inabilitação do actual presidente da Generalitat, Quim Torra, por exemplo) condiciona não apenas a ERC, “mas também a totalidade da negociação e da atualidade política”, justificou Vilalta.