Mais de metade dos professores do quadro pode aposentar-se até 2030, conclui um estudo do Conselho Nacional de Educação (CNE) feito a pedido do Parlamento.
De acordo com o estudo do Conselho Nacional de Educação (CNE), citado pelo Público, a falta de professores pode agravar-se num futuro próximo. Mais de metade (57,8%) dos professores que estão no quadro poderão aposentar-se até 2030.
Este é um facto que não surpreende, como escreve o jornal, uma vez que os números mostram que 52,9% dos docentes tem 50 anos ou mais e apenas 1,1% se situam abaixo dos 35 anos.
O estudo, feito a pedido do Parlamento, admite que os problemas que afetam a classe docente “pode anunciar uma carência mais generalizada num futuro próximo, devido ao envelhecimento da população docente e previsíveis aposentações”.
Além disso, o número de alunos inscritos nas áreas de formação para docência caiu para metade nos últimos cinco anos, revela o documento do CNE.
Segundo o relatório, também citado pela Renascença, são bem conhecidas as razões relacionadas com a menor procura da profissão: o sistema de recrutamento; o estado de exaustão destes profissionais e a evolução das remunerações (58,4% dos docentes estão nos primeiros quatro escalões dos índices remuneratórios e 0,02% no último escalão).
Em declarações ao diário, fonte do gabinete do ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, disse que “o Governo está a analisar, com detalhe, as necessidades de substituição de professores por via de aposentação, para identificar necessidades por grupo de recrutamento e por região”.
Em dezembro deste ano, 1.409 professores do Ensino Público vão passar à reforma, de acordo com os dados divulgados pela Caixa Geral de Aposentações (CGA). Desde 2014 que não havia tantos docentes a passarem à reforma como vai acontecer este ano.
Quando vêm dizer que os professores ganham muito referem-se aos 0,02% no último escalão?