A Agência Espanhola de Segurança Alimentar e Nutrição publicou novas recomendações no final de outubro para o consumo de determinados tipos de pescado, nomeadamente o atum e o espadarte, tubarão ou cação e lúcio.
Em causa estão os elevados níveis de mercúrio nestas espécies, prejudiciais aos humanos quando o seu cérebro está em desenvolvimento. Assim, as mulheres que estão a tentar engravidar, que estão grávidas ou a amamentar devem mesmo evitar o consumo, assim como as crianças até aos dez anos de idade.
Entre os 10 e os 14 anos recomenda-se não mais do que 120 gramas destes peixes por mês — e procurando variar as espécies. A população em geral, pode comer entre três a quatro doses destes peixes por semana, sendo recomendável variar a espécie. Esta recomendação da AESA já existia – visando sobretudo grávidas e crianças até aos três anos -, mas foi alargada.
No caso de Espanha, o alerta foi alargado porque novos dados científicos revelaram que na população espanhola os níveis de concentração de mercúrio são mais elevados do que em outros países europeus. Nicolás Olea, professor catedrático da Faculdade de Medicina de Granada, citado pelo El País, diz que as recomendações espanholas chegam com 20 anos de atraso.
“Desde há 20 anos que há estudos que demonstram [que o mercúrio é perigoso]. A União Europeia pressionou Espanha para o fazer [alargar a recomendação]. As crianças estão a urinar mais mercúrio do que o recomendado”, explicou.
Em declarações ao semanário Expresso, Pedro Graça, diretor da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto, disse que o alerta não justifica alarmismos e deve ser contextualizado.
Em Portugal é possível fazer um mapeamento do risco através do inquérito nacional alimentar e da realização regular de análises ao pescado quer por parte da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), quer pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
Pedro Graça explica que os peixes predadores apresentam maior concentração deste metal porque são maiores e vivem mais tempo. “Peixes como a sardinha ou a cavala” quase não apresentam contaminação, acrescentou.
ZAP // Lusa
Esta notícia foi amplamente mal traduzida em diversos canais de informação. Na realidade em Espanha não se desaconselhou o peixe-espada mas sim o espadarte. Isto porque em castelhano “pez espada/emperador” se refere ao espadarte. Por lá o peixe espada tem outro nome (pez sable).
Basta procurar o documento original da Agencia Espanhola referida para o confirmar.
Seria interessante informar a Lusa desta questão uma vez que difundiram este erro.
Obrigado pelo reparo, está corrigido.