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Sarcófago nuclear da Guerra Fria pode estar prestes a colapsar

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Durante a Guerra Fria, os EUA lançaram 67 bombas atómicas nas Ilhas Marshall, no oceano Pacífico. No fim nos anos 70, os detritos expostos à radiação nas seis ilhas foram transportados para um poço gigante na Ilha Runit, misturados com cimento e sepultados numa cúpula.

Durante vários anos, o problema parece ter-se sido resolvido com sucesso. Porém, uma investigação recente dos Los Angeles Times revelou que o sarcófago nuclear está prestes a colapsar e abrir devido à subida do nível das águas do mar e de outros efeitos das alterações climáticas.

O sarcófago raso, chamado de “The Runit Dome” e conhecido localmente como “The Tomb”, é uma cúpula de betão de 45 centímetros de espessura e 115 metros de diâmetro encontrada na Ilha Runit, no Atol de Enewetak.

A sua tarefa era conter o material radioativo expelido pelos testes nucleares dos EUA em “Pacific Proving Grounds”, mas existe um receio constante de que esse material possa escapar.

A investigação, conduzida por uma equipa do Los Angeles Times e da Universidade Columbia sugere que a cúpula pode estar em risco de colapso. Numa série de cinco viagens, os investigadores documentaram que o sarcófago está coberto de fendas que pioram à medida que a temperatura aumenta. O aumento do nível do mar também está a atingir as margens da ilha, fazendo com que o material radioativo escape para as águas.

Este problema pode, de acordo com o IFLScience, reacender antigas queixas políticas. Em 1986, as Ilhas Marshall assinaram um pacto para selar a sua independência dos EUA. No entanto, a sua liberdade também significava que o governo dos EUA deixava de ser responsável por consequências negativas futuras dos testes nucleares da Guerra Fria.

Embora os EUA tenham concordado em pagar pelo reassentamento e assistência médica às comunidades afetadas pelos testes nucleares, “The Tomb” é uma história diferente. As Ilhas Marshall tentaram pressionar o governo dos EUA para obter ajuda com o problema, mas as autoridades norte-americanas terão mesmo recusado, argumentando que a cúpula é de responsabilidade do governo das Ilhas Marshall.

Em julho de 2019, um estudo descobriu que algumas regiões das Ilhas Marshall têm níveis de radiação comparáveis ​​aos encontrados perto de Chernobyl e Fukushima.

ZAP //

 

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