Nuno Artur Silva / Facebook
Nuno Artur Silva, director-geral das Produções Fictícias
Nuno Artur Silva é uma das grandes novidades do novo Governo, como novo secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media. Uma pasta inédita que vai levar o ex-administrador da RTP a vender a sua participação nas Produções Fictícias e no Canal Q.
A garantia de que vai prescindir das suas acções na produtora e no canal de televisão de cabo foi feita pelo próprio Nuno Artur Silva em declarações ao Público.
“No momento em que tomar posse como secretário de Estado, já não serei accionista da Produções Fictícias e consequentemente do Canal Q”, assegurou Nuno Artur Silva àquele jornal.
A sua participação na produtora que fundou já tinha gerado polémica quando Nuno Artur Silva se tornou administrador da RTP, cargo que desempenhou entre Janeiro de 2015 e Janeiro de 2018. Acabou por abandonar a administração do canal público após pressão da Comissão de Trabalhadores e do Conselho Geral Independente da RTP, sob a acusação de conflito de interesses.
Para entrar no novo Governo de António Costa, Nuno Artur Silva vê-se obrigado a prescindir da participação nas Produções Fictícias para não violar a Lei das Incompatibilidades.
Nunca antes o Cinema e os Media tinham tido uma Secretaria de Estado própria em Governos anteriores. A pasta que será tutelada por Nuno Artur Silva fica na dependência da ministra da Cultura, Graça Fonseca.
Na prática, Nuno Artur Silva volta a ter os destinos da RTP nas mãos, passando a tutelar o sector dos media.
Antes do anúncio de que seria Secretário de Estado no novo Executivo, Nuno Artur Silva manifestou num artigo de opinião no Diário de Notícias, ser contra o negócio de compra da Media Capital por parte da Cofina, antevendo que será “a maior ameaça à democracia portuguesa” dos próximos anos.
O processo negocial não passa directamente pelo Governo, mas será curioso aferir se Nuno Artur Silva pensa o mesmo agora que é Secretário de Estado.
