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Produção de filmes em Hollywood é um inimigo silencioso do ambiente

Hollywood é casa para a maioria dos grandes filmes produzidos que estreiam nas salas de cinema espalhadas por todo o mundo. Contudo, consegue ser bastante prejudicial para o meio ambiente e, mais do que nunca, as pessoas começam a atentar a este problema.

Num artigo publicado estar terça-feira, a Vice dá como exemplo o filme “Mundo Jurássico: Reino Caído”, estreado em 2018, cuja produção custou 300 milhões de dólares, mas que acabou por nunca corresponder às expectativas do público e das críticas.

O filme dirigido por Juan Antonio Bayona envolveu muito mais trabalho do que maior parte das pessoas possa imaginar. A sua preparação começou em 2015 e envolveu viagens pelos Estados Unidos, Barcelona, Peru e Equador. Foram feitas ainda gravações em Inglaterra e no Havai. Resumindo, foram feitas vários quilómetros de avião, emitindo quantidades inimagináveis de dióxido de carbono.

E o fenómeno estende-se também ao pequeno ecrã. De acordo com a British Academy Film Awards, uma hora de televisão produzida no Reino Unido produz 13 toneladas de dióxido de carbono. Nos EUA, o cinema e a televisão equivalem a 15 milhões de toneladas.

Além desta poluição “passiva”, por assim dizer, há outra ainda mais preocupante. Nomeadamente no filme “Piratas das Caraíbas: Homens Mortos Não Contam Histórias”, de 2017, a equipa de produção alegadamente atirou lixo químico ao mar, potencialmente contaminando a água local. No entanto, este é apenas um exemplo de vários casos da indústria norte-americana do cinema.

“Uma única equipa de produção pode comprar milhões de dólares, se não dezenas de milhões, de produtos para um programa”, conta Emille O’Brien, fundadora da Earth Angel, um serviço de consultoria que pretender tornar as produções de Hollywood mais amigas do ambiente.

(dr) Earth Angel

“A indústria tem um problema com o lixo. Nós estamos a resolvê-lo”.

Todos os cenários são produzidos com impacto, pegada de carbono, muitos recursos humanos”, disse Zena Harris, fundadora do Green Spark Group, outra empresa consultora semelhante à Earth Angel. “Quando Hollywood anda por aí, eles têm a capacidade de falar com o público, de falar sobre o assunto. Mas você não pode falar sobre isso se não estiver a fazê-lo”, explicou.

O uso de madeira de Lauan nos cenários, por exemplo, facilita toda a logística de produção, mas tem um impacto enorme na natureza. Especialmente porque, segundo O’Brien, esta madeira é frequentemente recolhida de florestas tropicais e é “um grande fonte de desflorestação“.

A mudança da mentalidade na indústria de Hollywood poderia acontecer mais facilmente se o público o exigir. Contudo, O’Brien diz que é improvável isso verificar-se. “Ninguém vai escolher ver um filme só porque a sua produção foi feita de forma sustentável”, realçou.

ZAP //

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