Robôs polícias já patrulham as ruas da Califórnia, nos Estados Unidos. Quando uma mulher no Huntington Park viu pessoas a lutar e tentou pedir ajuda ao Robocop, o robô apenas lhe disse para “sair da frente” e continuou a sua rota pré-determinada.
Cogo Guebara, testemunha da luta que começou no parque de estacionamento do Huntington Park, a alguns quilómetros da baixa de Los Angeles, fez a coisa mais prática que era possível: correu até ao Robocop e pressionou o botão de emergência. “Eu estava a apertar o botão, mas dizia: ‘saia da frente'”, disse Guebara à NBC News. “Ele continuava a tocar e eu continuei a pressionar”.
A testemunha pensava que o robô, que tem cerca de metro e meio de altura e a palavra “police” estampada no seu corpo em forma de ovo, quisesse ver o seu rosto. Por isso, agachou-se para a câmara. Mas, ainda assim, o robô manteve-se apático, continuando a sua rota de patrulha.
Sem resposta, Rudy Espericuta, que estava com Guebara, telefonou para o 911 (número de emergência dos Estados Unidos). Cerca de 15 minutos depois, após o fim da luta, uma mulher foi colocada numa maca numa ambulância, com a cabeça a sangrar por causa de um corte sofrido durante a altercação.
O robô continuou a deslizar pela sua rota pré-determinada, cantarolando uma música intergaláctica. O robô de quase 300 quilos seguiu o passeio sinuoso do parque, do campod de basquetebol até à zona infantil, parando de vez em quando para dizer aos visitantes “por favor, mantenha o parque limpo”.
O robô, oficialmente chamado HP RoboCop, patrulha o parque para o Departamento de Polícia de Huntington Park desde junho. Mas, de acordo com Cosme Lozano, chefe da polícia, o botão de alerta do robô ainda não está conectado ao departamento da polícia. As chamadas são dirigidas à Knightscope, a empresa que cria e aluga os robôs.
“É por isso que não estamos anunciar estes recursos”, disse. “É um novo programa para nós e ainda estávamos a desenvolver alguns protocolos para poder adotar completamente o programa”.
Na época da inauguração do RoboCop, a cidade e a força policial estavam otimistas de que o policial robô seria um trunfo real. “As capacidades do HP RoboCop são extremamente impressionantes”, afirmou o gerente da cidade, Ricardo Reyes, em comunicado. “Em particular, a sua capacidade de usar o seu microfone para impedir atividades criminosas e a sua mobilidade para patrulhar grandes espaços abertos”.
O HP RoboCop é um dos mais de 70 robôs de segurança autónomos desenvolvidos pela Knightscope. A empresa da Silicon Valley combinou tecnologia autónoma, robótica e inteligência artificial para criar o que chama de “máquinas de dados autónomas de combate ao crime”. Os robôs foram implantados nos Estados Unidos, servindo desde aeroportos a postos de gasolina.
O HP RoboCop é um modelo K5, especializado para uso externo, e é um dos primeiros da empresa a ser chamado de “polícia”. O site da Knightscope promove algumas das habilidades do K5, incluindo uma transmissão de vídeo ao vivo em alta definição de 360 graus, um leitor de placas que pode digitalizar 1.200 placas por minuto, um mcrofone interno bidirecional e a capacidade de rastrear o uso de telemóveis nas proximidades.
As cinco câmaras do robô fornecem monitorização ao vivo 24 horas por dia, 7 dias por semana, com a capacidade de enviar imagens diretamente para os telefones dos polícias.
O robô está confinado ao caminho de cimento do parque, que foi bloqueado pela construção de um novo centro aquático, restringindo a sua patrulha ao extremo norte do parque. O robô custa, por ano, entre 54 mil e 63 mil euros.
Mas este não é o primeiro Robocop a ter problemas no seu trabalho de polícia. Um robô K5 que patrulhava um complexo de escritórios em Washington DC acabou por cair numa fonte. Outro do mesmo modelo atingiu uma criança num shopping em Silicon Valley.
Já entendi qual o propósito destes robocop’s, têm como função ajudar as pessoas (da empresa que os produziram e alugam) a ganhar uns milhares em troca de coisa nenhuma.