Legislativas 2019: Projecções dão vitória ao PS e colocam 4 novos partidos no Parlamento

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Mário Cruz / Lusa

As projecções dos resultados eleitorais divulgadas por RTP, SIC e TVI dão a vitória ao PS nas eleições legislativas, com entre 34% e 40% dos votos, seguindo-se o PSD, com entre 24,2% e 31%.

Segundo as projecções de resultados que as televisões divulgaram pelas 20 horas, após o encerramento das urnas nos Açores, quatro partidos poderão pela primeira vez ter representação parlamentar: Iniciativa Liberal, Chega, Livre e Aliança.

O PS é dado como vencedor em todas as projecções das televisões. A SIC admite mesmo a possibilidade de um cenário de maioria absoluta para o PS, atribuindo-lhe uma votação de 36% a 40%. Já a RTP coloca o PS com entre 34% a 39% dos votos, enquanto a TVI lhe dá entre 34,5% a 38,5% da votação.

Na projecção da SIC, o PSD terá entre 24,2% a 28,2% dos votos, enquanto a TVI dá aos sociais-democratas 24,6% a 28,6% e a RTP atribui-lhes entre 27% a 31%.

O Bloco de Esquerda terá entre 7,7% a 12% dos votos, de acordo com as projecções dos três canais. Já a CDU somará entre 4,7% a 8%.

O CDS poderá ser um dos grandes derrotados das legislativas, com as projecções  a atribuírem-lhes entre 3% a 5%. Na pior das hipóteses, pode ficar com apenas 2 deputados no Parlamento.

O PAN terá já dois deputados garantidos, mas pode chegar aos 6, com as projecções a atribuírem-lhe entre 3% a 5%, naquele que será um resultado histórico para o partido.

O Iniciativa Liberal pode eleger entre 1 a 3 deputados para o Parlamento, com as projecções a darem-lhe entre 1% e 3% dos votos. O Livre pode igualmente chegar ao Parlamento, com a eleição de 1 a 2 deputados, com projecções de 0,1% a 2,5%.

O Chega pode igualmente garantir a eleição de 1 deputado com projecções de 0,4% a 2,6%. Também o Aliança está na expectativa de conseguir alcançar um lugar no Parlamento, com projecções de 0% a 1,9%.

“Derrota história da direita em Portugal”

No primeiro comentário aos resultados, a secretária-geral adjunta do PS, Ana Catarina Mendes, comentou “a grande vitória” do seu partido e “a derrota histórica da direita em Portugal”.

Também no Bloco de Esquerda o dirigente Jorge Costa frisou a “derrota histórica” da direita, considerando que “o país mostrou que não esqueceu o legado do PSD e do CDS após a intervenção da Troika“.

“O Bloco de Esquerda confirma-se como a terceira força política nacional, definitivamente”, vincou ainda o líder bloquista.

Em 2015, a coligação PSD/CDS venceu as eleições, com 38,55% dos votos, com os quais obteve 107 deputados — ficando a 9 mandatos dos 116 necessários para assegurar a maioria absoluta na Assembleia da República. O PSD fez eleger 89 deputados, o CDS/PP assegurou 18 mandatos.

Em segundo lugar, o PS obteve 32,38% dos votos, com os quais assegurou 86 deputados. O Bloco de Esquerda, com 10,22% dos votos, elegeu 19 deputados. A coligação PCP/PEV, quarta formação mais votada, obteve 8,27% dos votos — assegurando 15 deputados para o PCP e 2 para o PEV.

O Parlamento ficaria completo com a eleição de um deputado do PAN, que em 2015 obteve 1,39% dos 9.439.701 eleitores inscritos.

Estes resultados abriram espaço à chamada Geringonça, acordo de governo suportado na maioria de esquerda PS, BE e PCP/PEV que viabilizou o Governo socialista liderado por António Costa — cenário que pode voltar a repetir-se após a votação deste domingo.

ZAP // Lusa

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7 Comments

  1. Cerca de metade dos portugueses não votaram e fizeram muito bem. Ao fim ao cabo não há gente séria. A outra metade que votou elegeu mais uma vez os partidos habituais. Caso para dizer que não querem mesmo evoluir nem viver num país civilizado. Preferem continuar a viver na corrupção e na mentira!

      • Eu por acaso votei. Votei num dos novos partidos. Merecem o beneficio da dúvida pois nunca governaram.
        Mas entendo bem quem não vota. E foi quase metade da população que não votou e já pensaste porquê? Se calhar porque estão cansados de ser enganados e portanto já não perdem tempo a votar. Para além de que o voto por si só é muito limitativo em termos de participação. Nas grandes decisões o povo não é ouvido nem achado. Nos casos de corrupção política o povo não é ouvido nem achado. Portanto entre não votar ou votar em indivíduos muito pouco sérios talvez seja melhor não votar. De qualquer modo eu optei por dar o beneficio da dúvida. Mas não te esqueças que não votar também é um Direito.

        • Votar pode não resolver os problemas e, não votar?
          Resolve alguma coisa?!
          Ou apenas entrega a escolha/decisão nas mãos dos outros?
          Essa é que é a questão essencial.
          Dizer que alguém faz bem em não votar é como dizer que não serve para nada!…
          Há um vídeo muito interessante sobre isso:
          youtube.com/watch?v=fyoHqth0IFs
          .
          PS: Exactamente, eu também votei num dos novos partidos.

          • Mas o problema é que sabendo as pessoas que a sua participação se resume a um único voto não têm sequer motivação para votar. O nosso sistema está mal feito e propositadamente mal feito. Em muitos outros países não é assim. Não foi assim que a Islândia limpou a corrupção caso contrário estariam ainda como nós. Temos muito que mudar em Portugal. Houve demasiados anos de ditadura e o povo acomodou-se.
            Depois temos um número de deputados na assembleia da república exagerado para um país tão pequeno.
            Olha vou lá espreitar o vídeo.
            Fica bem.

  2. Bem pelo menos já não temos que levar com Portas e Passos Coelho, desses fantasmas já nos livramos nós,direita derrotada é o melhor para Portugal,os anos da Troika foram desgraçados para Portugal!Desejo a António Costa sucesso e que a direita não volte mais a governar…

  3. Quase metade dos portugueses preferem viver em ditadura. São os que não votam pois que a democracia, sendo o poder do povo, não existe sem o voto. No entanto, não dispensam o seu direito de se exprimirem mas sempre para reclamar. Direito que só a democracia lhes garante. Um paradoxo que lhes custa a entender.

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