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Moreirense 1-2 Benfica | Rafa abre caminho à reviravolta

O Benfica sofreu a bom sofrer para levar de vencida o Moreirense, em casa deste, por 2-1. Os homens da casa marcaram primeiro, por Luther Singh, logo no arranque do segundo tempo, e estiveram na frente quase até ao fim do encontro.

Até que surgiu um tento de Rafa Silva aos 85 minutos, que mudou o estado de espírito das duas equipas, aproveitando Haris Seferovic para dar o triunfo aos “encarnados” já nos descontos.

O filme do jogo mostrou um campeão nacional sempre dominador, mas raramente no controlo das operações, mostrando uma ineficácia ofensiva gritante. Dos 21 remates que realizou, o Benfica enquadrou apenas dois, precisamente os últimos, e ambos deram golo.

O jogo explicado em números

  • Jogo morno, sem grandes rasgos ou jogadas de perigo no primeiro quarto-de-hora, com excepção para um lance em que Pizzi surgiu solto do lado esquerdo da grande área cónega. Porém o seu remate encontrou as malhas laterais.
  • Aliás, esse foi o primeiro remate do jogo, em cima dos 15 minutos, numa altura em que o Moreirense tentava contrariar a maior posse de bola por parte dos “encarnados”, que se situava nos 61%.
  • A meia-hora assinalava um domínio mais intenso por parte do Benfica, que chegava aos 68% de posse de bola e cinco remates, contra dois dos homens da casa. Contudo, nesta fase ainda não se haviam verificado remates enquadrados, para sorte dos guarda-redes, que estavam a ter um jogo relativamente calmo.
  • João Aurélio era, nesta altura, o líder nos ratings, com 5.8. O lateral-direito tinha pela frente Rafa Silva e Álex Grimaldo, estando o Benfica a privilegiar o flanco esquerdo para carrilar jogo (44% dos ataques por esse lado). Aurélio registava já três intercepções aos 30 minutos.
  • E assim prosseguiu até ao intervalo, com muito Benfica, mas total desinspiração ofensiva. O primeiro remate enquadrado do jogo surgiu mesmo em tempo de descontos, mas para o Moreirense, com Luther Singh a obrigar Vlachodimos a defesa apertada.
  • Nulo ao descanso penalizava a total inoperância ofensiva do Benfica perante a boa organização defensiva do Moreirense.
  • As “águias” dominaram a primeira parte, com mais bola, qualidade de passe e diversas jogadas de envolvimento, mas nenhum dos seus oito disparos encontrou a baliza contrária.
  • O melhor em campo nesta fase era mesmo João Aurélio, lateral-direito que se vinha a destacar pela forma como travava Rafa Silva e Grimaldo.
  • O português registava um GoalPoint Rating de 6.7, somando oito acções defensivas, entre elas cinco intercepções, o máximo do encontro.
  • A segunda parte começou praticamente com o golo do Moreirense. Aos 48 minutos, a bola sobrevoou a área benfiquista e chegou ao extremo Luther Singh, que rematou de pronto para o 1-0, no primeiro disparo da segunda parte.
  • Apesar de se encontrar em desvantagem, o Benfica não conseguia assentar jogo e muito menos actuar entre linhas e descobrir espaços para entrar na grande área contrária. Assim, à passagem da hora de jogo, os “encarnados” ainda dominavam, mas menos do que no primeiro tempo, com 56% de posse desde o descanso e um remate, desenquadrado, contra dois disparos dos cónegos, um com boa direcção.
  • As “águias” continuavam a bater num autêntico muro dos homens da casa, chegando aos 70 minutos já com seis remates no segundo tempo, e ainda sem qualquer enquadrado desde o apito inicial. Nesta fase o Moreirense já quase não atacava, somando três acções com bola na área benfiquista no segundo tempo.
  • Até que ao 19º remate, o Benfica enquadrou o seu primeiro disparo… e para dar golo. Cruzamento da direita, a bola chegou a Rafa Silva no segundo poste e o extremo, de cabeça e sem marcação, atirou para o empate. Um tento que afectou a equipa da casa, que permitiu a reviravolta.
  • Já nos descontos, Jota cruzou da esquerda e Haris Seferovic, de cabeça, fez o 2-1 que deu suados três pontos do Benfica, ao 21ª remate, somente segundo enquadrado. E já não houve tempo para o Moreirense reagir.

Mário Cruz / Lusa

O melhor em campo GoalPoint

O jogo estava a caminhar para o fim e vislumbrava-se a segunda derrota do Benfica neste campeonato. Até que apareceu Rafa Silva a fazer um golo que desbloqueou o jogo para as “águias”.

O português foi decisivo neste aspecto, mas foi também o melhor em campo quando a análise é o desempenho objectivo ao longo do encontro.

O extremo terminou com um GoalPoint Rating de 8.0, não só pelo golo que fez, mas também pelo que produziu na frente de ataque noutros momentos. Ao todo fez três passes para finalização e completou cinco de oito tentativas de drible, dois deles no último terço.

Jogadores em foco

  • João Aurélio 7.7 – O lateral-direito do Moreirense fez um jogo extraordinário, ele que teve de lidar com as investidas de Rafa Silva e Grimaldo e até com as deambulações de Seferovic no seu flanco. É certo que não evitou o tento de Rafa de cabeça, perto do final, mas criou uma ocasião flagrante de golo, completou as duas tentativas de drible, recuperou oito vezes a posse de bola e somou 17 acções defensivas, com destaque para quatro desarmes e seis intercepções.
  • Luther Singh 6.8 – O sul-africano marcou o golo que parecia dar a vitória à sua equipa. Veloz e desconcertante, o extremo fez três remates, dois deles enquadrados (os únicos do Moreirense) e completou duas de três tentativas de drible.
  • Álex Grimaldo 6.7 – O espanhol foi, durante grande parte do tempo, o mais rematador do jogo, e terminou mesmo com três disparos, embora nenhum enquadrado. E nas suas subidas fez quatro passes para finalização (máximo do jogo), acabando, na retaguarda, por ganhar os três duelos aéreos defensivos em que participou, recuperar oito vezes a posse de bola e realizar três bloqueios de passe.
  • Haris Seferovic 6.6 – O suíço voltou a fazer um jogo esforçado, marcado por alguns momentos interessantes, como uma ocasião flagrante criada, mas na sua tarefa de goleador esteve desastrado… até ao minuto 91. Ao todo fez cinco remates e só enquadrou um, o suficiente para dar os três pontos ao Benfica.
  • Steven Vitória 6.2 – O central defrontou a sua antiga equipa e esteve muito bem, vencendo os dois duelos aéreos defensivos em que participou e registando 11 acções defensivas, entre elas impressionantes quatro bloqueios de remate. Um autêntico “muro”.
  • Rúben Dias 6.1 – O Benfica dominou e só em poucas ocasiões foi verdadeiramente incomodado, mas nesses momentos, Rúben esteve sempre muito atento. O central foi o mais interveniente na partida, com 109 acções com bola, ganhou quatro de cinco duelos aéreos defensivos e completou 11 de 16 passes longos.

Resumo

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