O povo Tsimane, que vive na Bolívia, tem permanecido relativamente afastado do mundo exterior durante várias gerações, prosperando da terra e praticando formas tradicionais de caça, pesca, agricultura e recolha de alimentos.
Durante vários anos, sabe-se que têm uma notável saúde cardiovascular e pressão arterial baixa – ou tinham, até adicionarem um novo ingrediente às suas ementas: óleo de cozinha.
Um novo estudo publicado na revista especializada Obesity sugere que em menos de uma década, o povo Tsimane sofreu alterações no índice de massa corporal (IMC), incluindo obesidade e ganho de peso, depois de terem introduzidos óleo de cozinha na sua alimentação.
Entre 2002 e 2010, investigadores analisaram dados de cerca de 700 homens e mulheres que tinham mais do que 20 anos e viviam nas terras baixas da Amazónia. Ao longo do estudo, os cientistas notaram que o povo Tsimane tinha um acesso crescente a alimentos no mercado face a um boom populacional, quase triplicando o seu número para 16 mil em menos de duas décadas.
A invasão das suas terras pelo desenvolvimento, associada ao novo acesso à escola e aos salários, significa que os métodos mais modernizados de cozinhar e comer podem ser os responsáveis por estas mudanças.
Em nove anos, a prevalência de mulheres com peso a mais ou obesas aumentou em mais de 6%. Já os homens com excesso de peso, por outro lado, aumentaram quase 9% e homens obesos apenas 1,5%.
O maior uso de óleo de cozinha foi associado ao maior IMC nas mulheres; e o consumo de produtos de origem doméstica, como porcos e galinhas, foi associado a um maior IMC nas mulheres e uma maior circunferência da cintura média nos homens.
Durante este período de tempo, as calorias domésticas não aumentaram e as culturas caseiras ainda representavam a maioria dos alimentos consumidos em casa. No entanto, as probabilidades de uso do óleo de cozinha aumentaram 24% por ano, duplicando o número de casas que o utilizavam, de modo que, em 2010, quase um terço dos agregados o incorporou na sua dieta.
“Mas isto é apenas parte da história”, disse Alan Schultz, da Universidade Baylor e autor do estudo em comunicado, divulgado pelo Science Daily, notando que as descobertas apresentam mais questões novas do que respostas. “As nossas descobertas de uma tendência no aumento de peso e aumento de consumo de alimentos com altas calorias sugere que os benefícios das mudanças não são assim tão nítidos”.
Isto ocorre porque as mudanças nas dietas de subsistência geralmente refletem outras mudanças no estilo de vida e pode ser difícil separar os efeitos das duas. Independentemente disso, os autores do estudo dizem que mesmo pequenos aumentos de alimentos baseados no mercado podem fazer a diferença numa população que antes prosperava apenas com a alimentação de subsistência.
“O óleo de cozinha acrescenta muito sabor – usamo-lo por alguma razão – mas com 120 calorias e 14 gramas de gordura por colher de sopa, poucos alimentos podem alterar a sua dieta com tanta facilidade”, disse Shultz.
Porém, há outros fatores a ter em conta. Uma estatura mais baixa e uma massa muscular maior por levar para valores maiores de IMC. Assim, pode ser uma medida que significa coisas diferentes para populações ativas que habitam na floresta do que para indivíduos sedentários em nações mais ricas. Além disso, é difícil medir a ingestão calórica de alimentos colhidos na natureza, o que pode ter limitado as descobertas estatísticas do estudo.
Os autores do estudo observam que estudos futuros devem concentrar-se nas consequências de mudanças semelhantes no estilo de vida e como afetam a dieta, atividade física, doenças infeciosas e a forma como as pessoas vivem as suas vidas.
São as influências externas do mundo moderno. Ninguém escapa.
Óleo de cozinha… nem especificam. Pode ser tanta coisa!… Existem óleos bons e óleos maus. Fujam se for oléo de canola, soja ou milho (a maior parte destes são geneticamente modificados)
Depois, referem no estudo açúcar refinado e grãos refinados. Aqui na notícia nem sequer mencionam. O açúcar é a origem de todos os males! depois, se aliado a más gorduras, ainda pior!
Deixem de comer açúcar e farinhas e logo vêm como mudam rapidamente.