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PGR denuncia irregularidades na investigação ao homicídio de Marielle Franco

(dr) Nossa Política

A vereadora brasileira Marielle Franco

Esta terça-feira, a procuradora-geral da República brasileira denunciou irregularidades na investigação do caso do homicídio da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

Raquel Dodge, que concluiu o mandato de dois anos na liderança do Ministério Público Federal, anunciou esta terça-feira irregularidades na condução do caso do homicídio da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

A procuradora-geral acrescentou ainda à imprensa brasileira que acusou o ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, Domingos Brazão, afastado do cargo, como responsável por impedir o desenvolvimento da investigação. Além disso, a responsável pediu ao Superior Tribunal de Justiça a federalização das investigações que procuram descobrir quem mandou matar a vereadora.

Segundo o Jornal de Notícias, a federalização retira das autoridades locais a competência de investigar e julgar crimes, e passa a responsabilidade para órgãos federais, como a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a Justiça Federal. Deste modo, caberá agora ao Superior Tribunal de Justiça decidir se o caso passa para a Procuradoria-Geral da República.

Caso seja aprovado o pedido de Raquel Dodge, será aberto um novo inquérito, que investigará Domingos Brazão. Dodge acusa o ex-conselheiro do Tribunal de Contas, e outros investigados, de terem desviado, alegadamente, o rumo da investigação para não se descobrir uma organização criminosa, e por inserção de declarações falsas em depoimentos oficiais.

Gilberto Ribeiro da Costa, um dos seus funcionários de Brazão, o polícia militar Rodrigo Ferreira, a advogada Camila Nogueira e o delegado da Polícia Federal Hélio Khristian também foram acusados.

Foram engendrados depoimentos que conduziram a Polícia Civil, num certo tempo, a indicar que os autores eram pessoas que não tinham participado na atuação. O inquérito inicial apontou para recetores que não eram os verdadeiros. Peço o deslocamento de competências, para que haja uma investigação para se chegar a quem mandou (cometer o assassinato)”, disse a magistrada, citada pelo Estadão.

Dodge acrescenta ainda que Brazão aproveitou-se do cargo e da estrutura do gabinete no Tribunal de Contas do Rio de Janeiro para prejudicar a investigação, com ajuda do polícia Helio Khristian.

A denúncia da procuradora e a eventual abertura de inquérito não alteram o processo sobre os suspeitos do assassinato: o polícia militar reformado Ronnie Lessa, de 48 anos, e o ex-polícia militar Élcio Vieira de Queiroz, de 46 anos.

Marielle Franco, vereadora no Rio de Janeiro pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e defensora dos direitos humanos, e o motorista Anderson Gomes, foram assassinados na noite de 14 de março do ano passado, quando viajavam de carro pelo centro do Rio de Janeiro, depois de a ativista ter participado num ato político com mulheres negras.

ZAP //

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