Mais onze mulheres acusaram o tenor espanhol Plácido Domingo de assédio sexual, elevando para 20 o número de casos já denunciados.
De acordo com a Associated Press (AP), que avança com a notícia e ouviu as alegadas vítimas, o tenor terá forçado a ter relações íntimas a troco de favores de trabalho.
Todos os casos terão decorrido nos Estados Unidos e apenas umas das mulheres revelou a sua identidade, a soprano Angela Turner Wilson. As restantes preferiram manter o anonimato, temendo represálias.
Angela Turner Wilson revelou que numa destas situações, quando se maquilhava no camarim junto de Plácido Domingo, o tenor a agarrou nos ombros e depois no peito. “Fiquei sem ação. Senti-me verdadeiramente humilhada”, confessou a soprano norte-americana à AP, citada pelo semanário Expresso.
Telefonemas noturnos, tentativas de beijos forçados e toques não consentidos foram outros dos episódios relatados pelas queixosas à agência noticiosa.
Ainda de acordo com a AP, os episódios seriam conhecidos entre as pessoas que trabalham no meio, não tendo existido queixas por medo. “Arquitetamos estratégias de forma a manter Plácido Domingo longe de algumas cantoras mais atraentes”, explicou Melinda McLain, antiga produtora na Ópera de Los Angeles.
Uma das “estratégias” utilizadas passava por convidar a mulher do cantor lírico para os espetáculos, obrigando-o a manter um comportamento correto.
Foi no início de agosto que vieram a público as primeiras acusações. Na sequência dos relatos, a Ópera de Los Angeles anunciou a abertura de um inquérito. Reagindo às acusações, o cantor disse que se tratava de uma “campanha para manchar a sua imagem”.