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Há quem espere mais de 10 meses por uma cirurgia prioritária

A Administração Central do Sistema de Saúde anunciou na segunda-feira uma redução dos tempos máximos de resposta garantidos no Serviço Nacional de Saúde.

Houve serviços, contudo, que não seguiram essa tendência. No hospital de Santa Maria, em Lisboa, um doente muito prioritário tem de aguardar em média 22 dias por uma intervenção cirúrgica no campo da urologia, mais sete dias do que o prazo máximo (15 dias) estipulado pelo SNS.

Já em Matosinhos, no hospital Pedro Hispano, o tempo de espera para cirurgia geral de um doente considerado muito prioritário é de 34 dias.

Já no hospital distrital de Santarém, um doente prioritário (com doença oncológica), que necessite de uma cirurgia de otorrinolaringologia, terá de esperar até 77 dias, mais 17 dias que o prazo (de 60 dias) determinado pelo SNS.

Em Évora, no hospital Espírito Santo, um doente muito prioritário terá de esperar 27 dias para conseguir uma vaga de cirurgia vascular. Se for considerado somente um doente prioritário, o tempo de espera dispara para 301 dias, perto de 10 meses.

No hospital distrital de Santarém, também para cirurgia vascular, um doente muito prioritário tem de esperar 15 dias. Porém, se for considerado apenas um doente prioritário ou normal, os períodos de espera passam para 67 dias e 252 dias, respetivamente.

No campo da cirurgia pediátrica, o hospital de Braga é o que apresenta pior registo. Um doente muito prioritário terá de esperar 34 dias, 248 se for normal. Os hospitais da Universidade de Coimbra, por sua vez, têm o pior registo no campo da oftalmologia. Um doente muito prioritário pode ter de esperar 296 dias por uma intervenção.

Estes dados são relativos aos primeiros três meses do ano e só contabilizam cirurgias agendadas com antecedência.

Segundo o Relatório Anual de Acesso aos Cuidados de Saúde nos Estabelecimentos do SNS e Entidades Convencionadas relativo a 2018, o número de doentes operados cresceu para 594.978 (mais 0,1% do que em 2017), uma resposta ao aumento dos doentes propostos para cirurgia (706.103 em 2018, mais 6.971 do que em 2017.

De acordo com o documento, o aumento global das cirurgias realizadas deveu-se sobretudo aos hospitais convencionados e aos protocolados, que inclui o setor social e os privados. Os dados de 2018 indicam que nos hospitais convencionados se realizaram 30.962 cirurgias (24.608 em 2017) e nos protocolados 34.258 (29.660 em 2017).

ZAP //

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