Um norte-americano foi esta quarta-feira acusado de fraude ao angariar quase 13 milhões de euros de investidores chineses e sul-coreanos para um filme que seria distribuído pela Netflix.
Adam Joiner, de 41 anos, foi acusado por um tribunal de Los Angeles, na Califórnia, de fraude eletrónica, lavagem de dinheiro e roubo de identidade agravado, segundo o Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ, na sigla inglesa).
A alegada fraude começou em 2015, quando Joiner usou documentos e assinaturas falsas para arrecadar milhões de dólares para um filme chamado “Lendas”, que contava a história de figuras norte-americanas do século 19, como Davy Crockett e o afro-americano John Henry.
De acordo com uma declaração do DOJ, Joiner usou a empresa Dark Planet Pictures, LLC, com a qual convenceu as empresas Korean Investment Partners Co, Ltd. (KIP), Star Century Pictures Co. e PGA Yungpark Capital Ltd a investir dinheiro na produção.
A acusação indica que o alegado produtor se encontrou com o diretor da empresa coreana KIP, em 2015, e lhe terá fornecido o guião do filme, garantindo que a Netflix tinha acordado a sua distribuição.
Joiner forneceu aos investidores uma cópia do alegado acordo de distribuição com a plataforma digital e conseguiu que a KIP investisse oito milhões de dólares.
Agentes do FBI contactaram os executivos da Netflix, que supostamente teriam assinado o acordo, que negaram de imediato tê-lo feito, salientando que nunca tinham ouvido falar de um filme com o nome “Lendas”.
Com a mesma estratégia, Joiner conseguiu que a empresa chinesa Yungpark transferisse seis milhões para a Dark Plante Pictures, em junho de 2016.
Joiner alegava que figuras como o produtor Don Murphy (“Assassinos Natos”, “Transformers”) estavam a trabalhar no projeto.
Segundo o FBI, Joiner utilizou mais de cinco milhões do dinheiro arrecadado para comprar uma residência em Manhattan Beach, Califórnia, e mais de quatro milhões foram transferidos para uma conta bancária.
Joiner, que deve regressar ao tribunal em 23 de setembro, arrisca 20 anos de prisão por fraude eletrónica.
// Lusa