Saba Kord Afshari, uma ativista na área do direito civil, foi condenada a 24 anos de prisão no Irão por ter protestado contra o uso obrigatório do véu. Terá de cumprir, no mínimo, 12 anos de cadeia até poder ser libertada.
A jovem é acusada de “difundir a corrupção e a prostituição ao retirar o hijab e caminhar sem o véu” bem como de “difundir propaganda contra o Estado”, segundo noticiou o La Vanguardia, citado pela Rádio Observador na quarta-feira.
A primeira detenção de Saba Kord Afshari ocorreu ainda em 2018. A 02 de agosto, estava a participar numa manifestação no parque Daneshjoo, em Teerão e foi levada para a prisão de Qarchak, tendo sido posteriormente transferida para a prisão de Evin, também na capital iraniana.
Meio ano depois foi libertada, mas por pouco tempo: saiu da prisão em fevereiro e foi novamente presa em junho, acabando por ser levada novamente para a ala feminina da prisão de Evin no passado dia 13.
Várias organizações de direitos humanos iranianas garantem que, durante este processo de mais de um ano, Saba Kord Afshari terá sido pressionada várias vezes a fazer falsas confissões em vídeos, tendo-se sempre negado.
Sabe-se que terão prendido a mãe da jovem para obrigá-la a falar. No Twitter, a organização Iran Human Rights acrescentou que, desde janeiro de 2018, pelos menos outras 12 pessoas foram condenadas a longas penas de prisão por atos semelhantes.
O veredito do julgamento, conhecido no passado dia 19, foi emitido pelo Tribunal Revolucionário do Teerão e divulgado ao advogado de Saba Kord Afshari na terça-feira.
A religião… Quando é que o pessoal começa a acordar para a vida?